//Procura por autocaravanas em Portugal bate recordes

Procura por autocaravanas em Portugal bate recordes

A pandemia fez disparar o negócio do autocaravanismo em Portugal. Desde 2013 que a tendência de venda de unidades novas tem sido de subida, segundo dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP). Em 2021, bateu-se o recorde de vendas com 472 veículos, um valor 24,2% acima do alcançado no ano anterior (380 viaturas) e 66% acima do ano pré-pandemia, quando se registaram 284 vendas. Nos nove anos em que o segmento esteve em crescimento, foram matriculadas 1973 autocaravanas novas.

Já no mercado de usados, logo após o início da pandemia, ocorrido em março de 2020, a procura por este tipo de veículos no portal OLX registou uma explosão. “Durante a primavera e o verão, a procura aumentou consideravelmente”, refere o OLX, revelando que de abril a julho se verificou um aumento de 400%. “Menos procura em dezembro e maior procura em julho. Além do período de verão, as pessoas procuraram ao longo do ano formas mais seguras de viajar”, conclui. Já em 2021, foi menor o crescimento na procura por autocaravanas, de abril a julho, ainda que tenha registado mais 150%.

Recurso ao aluguer
“O autocaravanismo teve, desde o seu início, um crescimento consistente em todos os países da Europa. O aparecimento das empresas de aluguer e a pandemia aumentaram o interesse por este tipo de turismo”, afirma Paulo Moz Barbosa, presidente da Associação Autocaravanista de Portugal (CPA). Ainda assim, ressalva que, devido às restrições impostas pela covid-19, “a prática do turismo itinerante caiu drasticamente”, como de resto as quedas são transversais a todo o setor turístico.

Sendo difícil contabilizar o impacto estimado pelo autocaravanismo em Portugal, Paulo Moz Barbosa baseia-se nos “números vindos de Espanha que estimam em cerca de 250 mil autocaravanas a entrar no nosso país, por ano, que podem movimentar mais de 25 milhões de euros anuais”.

Críticas à atual lei

Com o expectável levantamento de restrições previsto para breve, o presidente da CPA espera “um retorno à normalidade com o regresso dos turistas europeus e um abrir de olhos dos legisladores portugueses para corrigirem a atual legislação”, que considera “inconstitucional”.

Em causa estão as limitações ao estacionamento e aparcamento de autocaravanas em quase toda a orla costeira portuguesa e nas áreas abrangidas pela Rede Natura 2000, uma lei que entrou em vigor em agosto do ano passado. Fora das áreas protegidas é permitida a pernoita por um período máximo de 48 horas no mesmo município, exceto nos locais expressamente autorizados para o efeito.