O número de postos de trabalho vagos ultrapassou mais de 34 mil ofertas no primeiro trimestre deste ano, num máximo de mais de dois anos em que a oferta disparou em 25%. Construção, administração pública, educação, saúde e atividades de informação e comunicação são os sectores que lideram o reforço da procura por trabalhadores no país.
A construção foi onde a procura por trabalhadores mais cresceu, com uma subida de 69% nas vagas por comparação com o mesmo período do ano anterior. O sector que concentra 6% do emprego nacional tem vindo a queixar-se da falta de mão-de-obra e tem sido um dos que sofrem perda expressiva de trabalhadores para a emigração. No primeiro trimestre, havia 2.222 postos de trabalho por ocupar, segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
As estatísticas do Inquérito aos Emprego Vagos, publicadas na última sexta-feira, indicam que na Administração Pública e sectores de saúde e educação a procura também aumentou em 57%. As vagas abertas para reforço das valências do Estado e de serviços privados nestas áreas eram 1.631 nos primeiros meses do ano.
Restauração, hotelaria e comércio, principal sector de emprego do país, também viram os postos por ocupar aumentarem em 55%, com expetativas de recrutamento de 12.320 pessoas no início deste ano.
Já as áreas de informação e comunicação, onde se concentra o emprego das novas tecnologias, pretendiam recrutar 2.550 trabalhadores, mais 48% que em igual período do ano passado.
No mesmo período, as vagas abertas no sector financeiro subiam 21%, com uma procura por 288 trabalhadores, e as indústrias extrativas e serviços de água, luz, gás, saneamento e gestão de resíduos pretendiam recrutar mais 6.178 funcionários, num crescimento de 19%. As imobiliárias e serviços de consultoria procuravam 2.102 trabalhadores, mais 18% que no primeiro trimestre do ano passado.
Em sentido contrário, caíam as vagas disponíveis nas artes e atividades desportivas (-31%) e nas atividades administrativas (-13,8%). A procura era, respetivamente, de 660 e 6.198 trabalhadores.
A Área Metropolitana de Lisboa e a região Norte concentravam no primeiro trimestre 70% das ofertas de trabalho, com a procura a crescer a norte em 47,4%.
Apesar do aumento significativo das vagas no início deste ano, Portugal é ainda o o terceiro país europeu com a menor taxa de empregos vagos, atrás de Grécia e Espanha. A oferta de trabalho representa apenas 1% do total de postos de trabalho ocupados.
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