A quebra de de 70% na produção de cereja do Fundão, devido a condições meteorológicas adversas, vão causar um prejuízo direto de oito milhões de euros, anunciou hoje o presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes.
“Se pensarmos que, em anos normais, a componente ‘pura e dura’ da comercialização de cereja pode andar na casa dos 12/13 milhões de euros, podemos estar a falar cerca de oito milhões de euros de perda. Estamos a falar de facto de uma perda muito significativa”.
O autarca falava na conferência de imprensa de apresentação da campanha Cereja do Fundão 2020, que irá apostar no marketing digital como o objetivo de continuar a alargar a notoriedade e a rentabilização deste produto.
A apanha do fruto já começou e este ano será condicionada, não só pelas circunstâncias causadas pela pandemia (foram adotadas novas medidas de proteção), mas, sobretudo, pelas “elevadas perdas” registadas devido às condições meteorológicas “muito adversas”, que ocorreram entre finais de março e início de abril.
“Inicialmente apontámos para uma quebra de 50%, mas os últimos números apontam para cerca de 70%”, especificou Paulo Fernandes.
A produção de cereja neste concelho estará assim reduzida a pouco mais de duas mil toneladas, quando noutros anos ronda as sete mil.
Sublinhando a preocupação com a situação, Paulo Fernandes recordou ainda que mesmo que haja alguma rentabilização do produto, tal “nunca vai compensará” as perdas elevadas que os produtores vão registar.
Além disso, lembrou, os impactos negativos serão ainda mais elevados e abrangentes se as contas englobarem todo o investimento que gira à volta da fileira de cereja, criando uma economia que valerá cerca de 20 milhões de euros anuais neste concelho.
O Fundão tem entre 2000 a 2500 hectares de pomares de cerejeiras e é considerada a principal zona de produção de cereja a nível nacional.
Em março, a Comissão Europeia aprovou o pedido para que a Cereja do Fundão seja um produto de Indicação Geográfica Protegida.
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