As portas já abriram e a multidão entra para garantir o melhor lugar no Altice Arena e assistir à sessão de abertura da Web Summit. E quem quer um bom lugar – ou até um lugar qualquer – tem mesmo de se apressar. Segundo a organização, o recinto está cheio e no exterior estão 10 mil pessoas a acompanhar o que se passa através de ecrãs gigantes.
O programa deste fim de tarde começa por dar a palavra aos responsáveis de algumas “startups” que fazem o seu caminho na estrada do empreendedorismo. Depois sobe ao palco Paddy Cosgrave. “Antes de mais quero prestar o meu agradecimento à polícia portuguesa. Há duas horas decidiu que era melhor verificar mochilas e sacos”, disse justificando o atraso que a agenda do evento já levava, para de seguida, sem mais demoras, passar a palavra a Edward Snowden.
Vestido de escuro, sob um fundo preto, aparece nos ecrãs do Palco Central o analista de sistemas informáticos acusado de espionagem. Está em direto da Rússia, país que o acolheu. Snowden conta a sua história e, no essencial, não se mostra otimista. “Legalizámos o abuso contra as pessoas”, diz, e nem medidas recentes como a lei europeia de proteção de dados sossegam Snowden. “A proteção de dados não é resposta”, afirma, dando depois uma nova visão sobre a manipulação de informação: “não são os dados e as redes que estão a ser influenciados manipulados, és tu que estás a ser manipulado”.
Termina o tempo de Snowden – cuja intervenção foi efetivamente seguida com muita atenção por quem estava na sala – e o espetáculo continua na Web Summit. Sobe ao palco o presidente executivo da Huawei, Guo Ping, para falar sobre 5G, uma forma de conetividade mais rápida e que – segundo o próprio – vai chegar “mais cedo do que o previsto”. Ping garante que o 5G será tão transformador mundo como foi a eletricidade.
O presidente da gigante chinesa aproveitou o palco da Web Summit para apresentar muitos milhões que estão a ser investidos no desenvolvimento de plataformas e aplicações que aproveitam o potencial do 5G, dando como exemplo tecnologia que ajuda no diagnóstico de problemas de visão em crianças que habitualmente só são detetados mais tarde.
No palco da Web Summit acontece tudo muito depressa e com tempo marcado – mesmo que às vezes implique cortar a palavra a algum dos oradores – e já se caminha para o momento da contagem decrescente e o pressionar do botão que dá por oficialmente a aberta a Web Summit.
Antes desse ato simbólico, Paddy Cosgrave dá a palavra ao ministro da Economia, Pedro Siza Vieira. O governante diz que “o ritmo de mudança na Web Summit espelha o ritmo de mudança” da transformação digital, antevendo que, daqui a 10 anos, a mudança será ainda mais rápida do que aquilo a que hoje se assiste.
Segue-se o “Mr. Mayor”, anuncia Cosgrave. Fernando Medina já está habituado às lides da Web Summit e dá as boas-vindas a quem por estes dias está em Lisboa. “Vão encontrar uma cidade que acolhe o empreendedorismo e vão encontrar uma cidade, capital de um país, empenhado em enfrentar desafios”, afirma. Medina tem em mente um desafio concreto: o combate às alterações climáticas.
O autarca lembrou que Lisboa será, em 2020, Capital Verde Europeia.
”Não para ganhar mais um prémio, mas para criar um novo impulso. Um novo processo com gente a fazerem projetos para fazer a mudança para a vitória na batalha contra as alterações climáticas. Não precisamos de mais conferencias para pregar aos convertidos. Precisamos de ações para resolver os problemas e Lisboa é uma das casas dessa mudança”, interpelou.
Ditas as palavras, fez-se a contagem decrescente “10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1… 0”, está aberta a edição de 2019 da Web Summit. Venham as ideias do futuro.
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