//PRR. Governo admite pedir mais 2,3 mil milhões em empréstimos a Bruxelas

PRR. Governo admite pedir mais 2,3 mil milhões em empréstimos a Bruxelas

O governo vai, no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), assumir o compromisso de, em função da procura das empresas, aumentar para até cinco mil milhões de euros o valor de empréstimos pedidos junto do Mecanismo Europeu de Recuperação e Resiliência, para capitalizar negócios e investir em inovação.

“Desde que se verifique uma procura quer na área da capitalização ou na área das agendas mobilizadoras de inovação, fica o compromisso inscrito no PRR de se solicitar a utilização de uma verba adicional de 2,3 mil milhões de euros destinados a reforçar a medida de capitalização e da inovação”, anunciou esta quinta-feira o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, no Convento de São Francisco, em Coimbra, na apresentação do documento que em breve será remetido a Bruxelas, após algumas alterações.

Entre as alterações da versão do PRR pós-consulta pública está já o aumento dos fundos para capitalizar empresas e financiar consórcios inovadores em 300 milhões de euros, para um total de 1364 milhões de euros, mas sem impacto para já no montante total de crédito que o governo pretende usar da chamada bazuca europeia. Por enquanto, Portugal pretende usar 2,7 mil milhões de euros a crédito, valor que poderá subir então para cinco mil milhões na condição de haver a procura referida pelo ministro Nelson de Souza.

Em outubro do ano passado, aquando da apresentação do esboço do Plano nacional de Recuperação e Resiliência, o governo previa recorrer a até 4,3 mil milhões de euros do crédito disponibilizado ao país pelo mecanismo europeu, que ascende a 15,7 mil milhões de euros, mas tudo dependendo da forma como os montantes pesassem na dívida, na ótica das regras orçamentais europeias.

Agora, o governo afeta 1364 milhões para as chamadas “alianças mobilizadoras” , financiamento para “projetos muito seletivos” apostados na inovação a realizar por consórcios de empresas, universidades, autarquias e comissões coordenadoras de desenvolvimento regional, segundo apontou o primeiro-ministro, António Costa, na apresentação.

“Não é para fazer 100 projetos. É para fazer quatro, cinco, seis, sete, oito, muito seletivos, mas que fazem efetivamente uma diferença significativa. É por isso que alocámos a este programa das alianças mobilizadoras desde já 1364 milhões de euros, sendo possível que venham a poder crescer se até 2022 se revelar uma suficiente capacidade de absorção destes recursos”, explicou o primeiro-ministro.