//PRR pode ter três mil milhões em risco por falta de execução

PRR pode ter três mil milhões em risco por falta de execução

Há cerca de três mil milhões de euros de subvenções do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que Portugal deve receber em 2026, que podem estar em risco devido ao não cumprimento das metas programadas. O aviso é de João Leão, membro português do Tribunal de Contas Europeu, que apresentou esta quarta-feira o relatório anual da instituição europeia.

Aos jornalistas, o antigo ministro das Finanças disse que a falta de execução na totalidade dos projetos inseridos no PRR até ao prazo final do programa de investimento pode colocar em risco a última tranche a receber por Portugal, “associada a principais infraestruturas”. A solução é mudar o que está no PRR.

“Se o Governo conseguir reprogramar para outros projetos, essa perda será minimizada, portanto é um grande esforço que tem que se fazer agora a tentar reprogramar essas verbas”, afirmou João Leão, referindo-se às subvenções como a parte “relevante do ponto de vista dos Estados-membros”.

O relatório do Tribunal de Contas Europeu aponta que, a dois anos “do final da execução”, a concretização dos investimentos financiados pelo programa europeu NextGenerationEU está “apenas a 50%” ao nível europeu.

“Portugal está um bocado mais à frente, com uma execução, na última tranche, de 56% na parte das subvenções, mas a dois anos do final, ao nível europeu, digamos que existem riscos para a execução do programa”, sublinha João Leão. Em Portugal, os riscos para o PRR surgem “sobretudo nalgumas das grandes infraestruturas, dos metropolitanos de Lisboa e Porto, mas também no que diz respeito aos equipamentos hospitalares” como o Hospital de Lisboa Oriental, refere João Leão.

O representante português no Tribunal de Contas Europeu relevou também que Portugal foi denunciado à Procuradoria Europeia por quatro casos de suspeita de fraude, entre os 17 enviados à entidade de investigação.

O Tribunal de Contas detetou ainda erros em projetos ligados à área da coesão, como financiamentos irregulares.

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