O PSD defendeu hoje que o parlamento “está em condições” de retomar os trabalhos desenvolvidos na primeira comissão parlamentar de inquérito sobre a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, lamentando que se tenham “perdido três anos” neste processo.
Numa declaração política na Assembleia da República, o deputado Duarte Pacheco acusou PS, BE e PCP de “hipocrisia” e salientou que foi o presidente do PSD, Rui Rio, há um ano, “o primeiro a exigir o conhecimento público da lista de incumpridores da Caixa Geral de Depósitos”.
“Foi necessário uma fuga de informação para que os partidos bloqueadores passassem a afirmar que desejam saber o que aconteceu: que hipocrisia”, criticou, referindo-se ao conhecimento de uma versão preliminar da auditoria independente da EY sobre a gestão do banco público entre 2002 e 2015.
Sobre a posição do PSD quanto a uma nova comissão de inquérito, já pedida pelo CDS-PP, Duarte Pacheco afirmou: “Não brincamos com os instrumentos parlamentares nem os banalizamos a um ritmo que só os descredibiliza, mas também não nos demitimos de os utilizar quando se tornam necessários e indispensáveis para os portugueses saberem a verdade”.
Na segunda-feira, Rio afirmou estar a “avaliar” a possibilidade de pedir uma comissão parlamentar de inquérito à CGD, e na terça, admitiu que esta pudesse não ser necessário caso a auditoria independente viesse a ser entregue ao parlamento, como deverá acontecer em breve.
Questionado diretamente pelo deputado do CDS-PP João Almeida se o PSD “entende ou não” que a sede própria para tratar a auditoria é o inquérito parlamentar, Duarte Pacheco respondeu com uma pergunta.
“Estamos hoje em condições de retomar esse trabalho? Que se retome, amanhã, logo à tarde, para a semana, quanto mais depressa melhor que se retome porque o tempo urge. Os portugueses querem saber para onde foram mais de 4 mil milhões de euros dos seus impostos e o Governo que procurou esconder não tem mais hipótese de fuga, nós vamos saber a verdade”, disse.
Na sua intervenção inicial, Duarte Pacheco já tinha salientando que, com o envio do relatório da auditoria ao parlamento, e com a recente aprovação da lei que elimina o sigilo bancário quando estão em causa operações financeiras de injeção na banca de dinheiros públicos, “o parlamento está em condições de retomar os trabalhos da Comissão de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos, encerrada à pressa pela esquerda”.
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