//PSD quer limitar a 1,5% juros das linhas de crédito a pagar aos bancos

PSD quer limitar a 1,5% juros das linhas de crédito a pagar aos bancos

Tem sido uma das queixas recorrentes das empresas que querem recorrer às linhas de crédito disponibilizadas pelo Governo para ajudar na tesouraria: a taxa de juro pedida pelos bancos atinge, em alguns casos, os 3%.

“Os empréstimos de apoio à tesouraria destas linhas de crédito deverão ter uma TAEG igual ou inferior a 1,5% (taxa de juro anual efetiva global)”, refere o documento com propostas do PSD para a economia para fazer face à pandemia de covid-19 e que foi apresentado esta segunda-feira pelo presidente do partido, Rui Rio.

“Neste momento o custo de financiamento das linhas de crédito está entre 2,5% e 3%, o que se apresenta demasiado elevado face às circunstâncias e às condições de mercado dos bancos, que se conseguem financiar a taxas negativas, e às enormes dificuldades do tecido empresarial”, lê-se no documento, que propõe o alargamento das linhas de crédito já criadas para um valor na ordem dos 10 mil milhões de euros.

O Governo lançou até agora linhas de crédito num valor superior a 3,4 mil milhões de euros, que o líder do PSD considera insuficiente para fazer face à quebra de receitas das empresas e dos custos do financiamento.

Em relação aos custos das linhas de crédito para as empresas, o PSD apresenta outras propostas que passam pela eliminação de alguns ou a isenção para algumas firmas.

O maior partido da oposição propõe “isentar as microempresas de comissões de gestão ou acompanhamento” e “eliminar a cobrança de imposto de Selo nestas linhas de crédito”, refere o documento com as propostas.

Propostas sobre lucros não aparecem
No documento apresentado esta segunda-feira, o PSD não apresenta qualquer proposta para reduzir a zero os lucros dos bancos e impedir a distribuição de dividendo este ano e no próximo, depois de Rui Rio se ter insurgido contra “lucros avultados em 2020 e 2021”.

No debate sobre o decreto presidencial do estado de emergência, o líder do PSD afirmou que “a banca não pode querer ganhar dinheiro com a crise. Isto é absolutamente claro. Aquilo que tem de ser o objetivo da banca tem de ser um lucro zero no exercício de 2020 e no exercício de 2021”.

Questionado sobre propostas nesta matéria, o líder social-democrata disse que a “banca está sensível [para o problema das famílias e das empresas]. Mas uma coisa é estar sensível e, no terreno, ser coerente com isso. Esta reunião [do PR com os banqueiros] é mais um abanão, para não caírem na tentação de lucrar, mas ajudar as empresas dentro da sua sustentabilidade financeira”, sublinhou numa conferência de imprensa realizada na sede distrital do Porto, transmitida em direto pelas redes sociais.

Para Rio, “o pior que podia acontecer é a banca ficar numa situação tão difícil como ficou no passado ou como estão as empresas” mas, alertou, “esganar as empresas também não”.

Marcelo Rebelo de Sousa está reunido esta segunda-feira com os líderes dos principais bancos nacionais através de videoconferência para avaliar o apoio que a banca poderá dar à economia.

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