A valer menos 17,6% do que em dezembro, o PSI 20 tem vindo a sofrer os efeitos da pandemia com apenas quatro empresas a conseguirem fazer crescer o seu valor no acumulado deste ano: EDP, EDP Renováveis, NOVABASE e Pharol. Em sentido inverso, as empresas com modelos de negócio mais expostos à pandemia, foram negativamente afetadas de forma muito intensa – BCP, Galp, Navigator, Semapa, Sonae Capital, Sonae SGPS, Ibersol e Mota-Engil – “com diminuição anual das cotações superior a -30% no final do mês de julho”.
Ainda assim, de acordo com números do clube de pequenos acionistas, desde o ponto mais baixo do crash (19 de março), em que o índice bolsista português atingiu o valor de 3596 pontos, o PSI 20 tem conseguido alguma recuperação nos últimos meses, somando no final de julho 4295,8 pontos. Nesse mês, porém, caiu -2,2% relativamente ao mês anterior, interrompendo a tendência de crescimento que se manteve ao longo do segundo trimestre, uma alteração que a Maxyield atribui à “earning season, a qual transmitiu o impacto do segundo trimestre nas contas semestrais das empresas cotadas”.
O comportamento do PSI 20 não é original, seguindo a tendência bolsista europeia de alguma recuperação interrompida em julho, quando se verifica uma quebra justificada pela divulgação de resultados do semestre, bem como pela lentidão da resposta europeia aos efeitos da pandemia. Ainda assim, “relativamente ao ponto mais baixo do crash bolsista, o STOXX600 apresenta um aumento de 27,4% no final de julho”, destaca a Maxyield.
No sentido negativo destaca-se o índice espanhol, que caiu 4,9% no mês de julho, acumulando já neste ano perdas de 28%. “Relativamente ao mercado bolsista nacional, o IBEX35 tem um comportamento mais gravoso, devido a uma quebra mais pronunciada no crash e uma recuperação mais lenta, com apenas a Iberdola e a Endesa a conseguir uma variação anual positiva e quebras de 30% a 50%” em gigantes como a Telefónica, o CaixaBank (dono do BPI), a Maphre, o BBVA e a Merlin .
Sinal positivo vem dos Estados Unidos, que parecem confirmar a liderança do processo de recuperação internacional dos mercados bolsistas, sobretudo graças ao S&P500 (500 maiores sociedades cotadas na NYSE) e ao NASDAQ, cuja evolução tem sido particularmente dinâmica. “Relativamente ao ponto mais baixo do crash bolsista, o S&P500 cresceu 46,2% até o final de julho e está já próximo do valor máximo atingido em fevereiro, enquanto o NASDAQ (100 maiores empresas cotadas na NYSE) já apresenta um valor superior ao verificado antes do crash.
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