//PSI20 resiste em janeiro. Pequenos acionistas alertam para sobreposição de AG

PSI20 resiste em janeiro. Pequenos acionistas alertam para sobreposição de AG

Longe vão os tempos em que cair da barreira dos 10 mil pontos era prenúncio de fim de mundo na bolsa portuguesa, mas se os subsequentes anos de 2009 a 2012 marcaram mínimos de sempre, nos mais recentes o índice português tem conseguido resistir às contrariedades com alguma capacidade de resiliência. E nem a pandemia e os consequentes confinamentos que abalaram vários setores de atividade foi capaz de contagiar o PSI20. O índice português conseguiu fechar o ano de 2021 acima dos 5500 pontos e manteve essa referência durante o mês de janeiro, consolidando a sua cotação acima do valor pré-pandémico e fechando nos 5564,6.

No mesmo período, o S&P 500, composto pelas maiores cotadas na NYSE, caiu 5,3%, o STOXX 600 (maiores cotadas europeias) recuou 4% e o mercado espanhol, IBEX 35, teve uma diminuição mensal de 1,2% e continua aquém da praça de Lisboa.

“Relativamente às 19 sociedades do universo empresarial verifica-se que nove tiveram uma variação mensal positiva”, revela a Maxyield, associação que reúne os pequenos acionistas. Durante o último mês, destaca-se o desempenho da Pharol (19,8%), da GALP (14,8%), do BCP (6,8%) e da Jerónimo Martins (6,3%) entre as ações mais valorizadas, ficando no polo oposto as energéticas – EDP Renováveis (-15%), EDP(-6,1%), Greenvolt(-5,4%) -, mas também a Corticeira Amorim (-9,6%) e a Novabase (-6,3%).

Para a Maxyield, o desafio deste ano será “vencer o limite superior da atual faixa de variação, em linha com a média ponderada dos price targets das empresas cotadas”. Em Espanha, mercado também acompanhado de perto pelos pequenos acionistas, faz-se o contraste com a praça lisboeta. “É de salientar o persistente desempenho negativo do setor petrolífero, a quebra mensal do setor energético e o bom desempenho dos setores bancário, serviços e imobiliário” no índice madrileno, adiantam os responsáveis.

Se o desempenho do índice português nos últimos tempos – e o que se perspetiva para este ano – chega a animar os pequenos acionistas, a associação está preocupada com a capacidade dos que representa de se manter a par dos seus investimentos e de participar na vida das empresas que os compõem. A questão prende-se com a organização do calendário financeiro das cotadas, com sucessivas sobreposições nas datas antecipadas para as assembleias gerais.

“A sobreposição temporal, nunca atingiu esta extensão e profundidade”, lamenta o presidente da Maxyield, Carlos Rodrigues, considerando esta organização como “a negação do propósito de iniciativas legislativas da Assembleia da República de envolver investidores e acionistas na vida das sociedades cotadas em mercado regulamentado”.