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Putin assinou dois decretos que pedem ao Ministério da Defesa que “as Forças Armadas da Rússia [assumam] as funções de manutenção da paz no território” das “repúblicas populares” de Donetsk e Lugansk, segundo noticia a agência France Presse (AFP).
Os decretos assinados pelo chefe de Estado russo também estabelecem consultas entre Moscovo e as repúblicas agora reconhecidas para o estabelecimento de relações diplomáticas e entram em vigor a partir do momento da sua publicação, refere o texto do Kremlin (presidência russa).
Nos textos não foi divulgado nenhum cronograma de implantação ou a sua extensão.
O Presidente da Rússia reconheceu hoje a independência dos territórios separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, com os quais assinou tratados de amizade e assistência mútua com os líderes de Donetsk, Denis Pushilin, e Lugansk, Leonid Pásechnik.
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Segundo Putin, a decisão foi tomada depois de receber hoje um pedido [de reconhecimento] por parte de ambos os líderes separatistas pró-Rússia e depois da Duma [câmara baixa do parlamento russo] ter enviado uma resolução com um pedido de reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk.
A Rússia mobilizou ao longo das últimas semanas dezenas de milhares de militares nas fronteiras com a Ucrânia, com o Ocidente a considerar estas movimentações como uma preparação para a invasão ao país vizinho.
A decisão de reconhecer ambas as repúblicas autoproclamadas foi apoiada quase por unanimidade pelos membros do Conselho de Segurança da Rússia.
O vice-presidente desse órgão, Dmitry Medvedev, comparou a situação com 2008, quando ele, então como presidente da Rússia, tomou a decisão de reconhecer as regiões separatistas georgianas da Abkházia e da Ossétia do Sul.
Para Medvedev, aquela medida “salvou centenas de milhares de vidas” naqueles territórios.
Na sua comunicação ao país, além de reconhecer a independência das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, Vladimir Putin assegurou também que tomará medidas para garantir a segurança da Rússia perante a recusa dos Estados Unidos e da NATO em abordar as suas preocupações de segurança e renunciar à Ucrânia o direito de fazer parte da Aliança Atlântica no futuro.
A posição de Moscovo sobre estas repúblicas provoca um curto-circuito no processo de paz resultante dos acordos de Minsk de 2015, assinados pela Rússia e pela Ucrânia, sob mediação franco-alemã, já que estes visavam, precisamente, um regresso dos territórios à soberania ucraniana.
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