//Putin sinaliza que Rússia pode ajudar a estabilizar preços do gás

Putin sinaliza que Rússia pode ajudar a estabilizar preços do gás

Os preços do gás natural estão quase dez vezes acima dos valores do início do ano, mas esta quarta-feira tiveram algum alívio, depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter dado sinais de que a Gazprom poderá vir a aumentar os fornecimentos à Europa.

De acordo com o Financial Times, “Putin terá sugerido que a Gazprom, monopólio exportador apoiado pelo Estado russo, poderá aumentar o fornecimento para ajudar a Europa a evitar uma crise energética”.

Numa reunião governamental com cobertura televisiva, avança por sua vez a agência Reuters, Putin disse que “a prática dos nossos parceiros europeus tem confirmado que mais uma vez cometeram erros”. O presidente russo atribui as dificuldades europeias à estratégia de substituir contratos de longo prazo por compras no mercado spot. Uma estratégia que Putin considera um “erro”. A Gazprom prefere contratos longos, que podem chegar aos 25 anos.

Vladimir Putiin avançou que as exportações russas de gás atingirão um recorde este ano, e que Moscovo está a reforçar o fornecimento em resposta à escalada dos preços para estabilizar o mercado.

Estas declarações do líder russo surgem depois de a Agência Internacional de Energia e de deputados do parlamento europeu terem acusado a Rússia de não aumentar as exportações para a Europa. Operadores do mercado do gás dizem, segundo o FT, que a razão principal para a subida dos preços tem a ver com o facto da Rússia estar a limitar os fornecimentos aos contratos de longa duração que tem com a Europa.

Acusação que é rejeitada pelo Kremlin. O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, veio dizer esta quarta-feira que “a Rússia não tem tido papel absolutamente nenhum no que está a acontecer no mercado do gás”, sublinhando que os problemas decorrem do aumento da procura nesta altura de recuperação económica pós-pandemia e dos baixos níveis de armazenamento.