Com o mercado laboral em permanente mudança, há empregos que parecem algumas cotadas em bolsa, ora atingem salários milionários, ora engordam as filas do desemprego. Se já se perdeu nas contas, nós damos uma ajuda, para perceber se vai a caminho de uma promoção ou está a ser mal pago. Se quer já passar ao pedido oficial ao chefe, de um aumento, cuidado!
Quando pedir um aumento?
“Quando a pessoa tem de pedir um aumento já é um mau sinal”, diz Carla Rebelo, Directora-Geral da Adecco. Os aumentos devem surgir como consequência dos sistemas de avaliação de desempenho e dos critérios de promoção e progressão de carreira, que por lei devem estar publicados. “Aquela ideia de que só se tem um aumento quando se pede ao chefe é só por si retrógada”, acrescenta.
No entanto, há situação em que tem de acontecer, admite Carla Rebelo. Nestes casos, o trabalhador deve esperar pelo momento certo, que nunca deve coincidir com a avaliação de desempenho. Este momento de balanço, entre o funcionário e a chefia, deve ser negociado com inteligência emocional, confiança e abertura. Será a altura para o trabalhador “explicar se as coisas estão a funcionar, se a relação é equilibrada e justa e quais são as expectativas”.
O ideal, antes de tomar qualquer medida, é avaliar quanto vale. Para isso, há alguns fatores que devem ser tomados em consideração e que podem ser usados para reforçar o respetivo valor:
Currículo: quando maior, melhor
A experiência pode valorizar o trabalhador, está relacionada com as escolhas que se fazem e que definem a carreira e os rendimentos. Carla Rebelo defende que “muitas pessoas acabam por não aceitar uma primeira oportunidade, por não ter a ver com a sua área académica, e mais tarde percebem que foi um erro, porque é muito importante consolidar experiências profissionais em contexto corporativo.”
É importante ter em conta a ambição pessoal, os objetivos e onde se quer chegar, para orientar as experiências para os setores de atividade e as áreas profissionais do interesse de cada um ou onde as vantagens e o valor pessoal, são superiores. “Ao longo da vida estas decisões, como mudar de sector, aceitar uma promoção ou um desafio, condicionam a valorização profissional no curriculum”.
Hoje a aprendizagem é para a vida
As qualificações diferenciam os trabalhadores no mercado de trabalho e as especializações fazem disparar o valor profissional. As empresas não olham apenas para os graus académicos alcançados na escola ou na universidade, procuram outras qualificações e despendem elevados montantes na formação dos funcionários, como software específico, ou determinadas técnicas. “Nós temos que continuar a evoluir e a aprender e as empresas hoje valorizam muito mais os profissionais que se mantem atualizados, porque há escassez de talento nalgumas áreas”, lembra a directora-geral da Adecco, empresa de Recursos Humanos.
Procuram-se empreendedores
Desempenho e atitude, são duas palavras chave para quem se quer valorizar enquanto trabalhador. Empreendedor não é apenas aquele que abriu um negócio próprio, explica Carla Rebelo, “é uma pessoa de atitude, alguém que aceita desafios, é pró-ativo, tem capacidade de aceitar desafios, de gestão emocional. Hoje, nalguns casos, o perfil e a atitude é mais valorizada do que o próprio currículo técnico”.
Seja visível
Os sucessos alcançados só vão ter retorno se forem conhecidos por quem toma decisões. Para isso, é preciso sair da sombra e trabalhar a imagem que os outros têm de nós, é aceitar desafios e responsabilidades, envolvimento nos projetos críticos para a empresa, levantar a mão. “Tem de ser o próprio profissional a definir o caminho que gostaria de percorrer na empresa”.
Assuma responsabilidades
Quanto mais pessoas tiverem de prestar contas a si, ou quanto mais amplo for o objetivo da sua função, maior será o nível de responsabilidade e, supostamente, melhor a remuneração. Conhecimentos únicos ou especializados de mercados, sistemas ou processos ainda valorizam mais os trabalhadores.
No entanto, a especialização também pode dificultar uma promoção ou progressão, para cargos de outros funcionários. Numa função mais operacional, a especialização traz eficiência, mas “à medida que adicionamos equipas e estratégias, manter vários pratos no ar, significa que recuámos”, alerta esta especialista em Recursos Humanos.
O factor geográfico
Duas pessoas a fazerem o mesmo trabalho em duas partes distintas do país (ou em dois setores diferentes), pode ser retribuído de maneira muito distinta. “Os salários são diferenciados pela relação entre a procura e a oferta e pelo custo de vida”.
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