Os bancos têm lucro com as caixas ATM instaladas nos seus próprios balcões. Mas perdem dinheiro com as máquinas instaladas fora das suas próprias agências, segundo os dados do Centro de Estudos Políticos Europeus (CEPS, na sigla em inglês). Nos equipamentos dentro dos seus balcões, os bancos faturam em média 25 mil euros por ano e assumem um custo de 21 mil euros. Em cada operação feita nessas máquinas, os bancos ganham dez cêntimos (51 cêntimos de custo e 61 cêntimos de lucro).
Mas os ATM fora dos balcões têm mais custos que receitas para os bancos. Faturam 20,3 mil euros e têm encargos para as instituições financeiras de 21,5 mil euros. Em cada operação nessas máquinas os bancos assumem um custo de 68 cêntimos e uma receita de 64 cêntimos. No mercado português, metade das 8953 caixas multibanco estão fora dos balcões dos bancos. Estão colocadas em centros comerciais e em edifícios públicos.
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Em média, as ATM instaladas nos balcões dos bancos fazem 40 929 transações por ano. As que estão fora das agências fazem apenas 32 340. Para estas caixas terem lucro precisam de mais utilização. “Baseado em estimativas, os ATM remotos necessitariam de mais um quarto das transações para atingirem o break even”. Os prejuízos com estes equipamentos podem levar a uma redução das máquinas ATM no país, avisa o centro de estudos baseado em Bruxelas.
As maiores receitas com as caixas multibanco em Portugal são provenientes das taxas interbancárias e de outros serviços. No entanto, em Espanha, os grandes ganhos são conseguidos com comissões cobradas aos clientes. Em cada máquina rendem mais de 14 mil euros por ano, cerca de metade da faturação de uma ATM instalada nos balcões dos bancos.
Já os maiores custos assumidos pelos bancos portugueses com as caixas ATM são os de processamento das operações, seguidos pela despesa com a aquisição da máquina e manutenção. Nos equipamentos fora dos balcões há ainda o pagamento da renda do espaço em que o multibanco está instalado que é, em média, de 2,2 mil euros por ano.
Os presidentes dos maiores bancos do país defendem quase unanimemente que se comece a cobrar pelas operações de levantamentos, depósitos ou pagamentos nas caixas multibanco. Essas comissões estão, no entanto, proibidas por lei.
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