Borracha, cortiça, mas principalmente medicamentos. Os Estados Unidos são o principal destino das exportações portuguesas fora da União Europeia e só ficam atrás de Espanha, França e Alemanha. O setor mais afetado por possíveis tarifas impostas por Donald Trump será o dos produtos farmacêuticos, que teve nos EUA o seu maior cliente fora de portas em 2023 e 2024.
Só no ano passado, até novembro, Portugal exportou mais de 4,9 mil milhões de euros em bens para os EUA. Destes, mais de 1,1 mil milhões foram em medicamentos. Só na última década, o peso das exportações para território norte-americano cresceu 30%.
Este domingo, o Presidente norte-americano anunciou que vai impor taxas aduaneiras sobre produtos europeus “muito em breve”, depois de fazer o mesmo a Canadá, México e China, no sábado – entretanto já suspendeu por 30 dias as tarifas ao México.
“A União Europeia é muito má para nós. Trata-nos muito mal. Não aceitam os nossos automóveis nem os nossos produtos agrícolas”, afirmou. No olho do furacão estão, sobretudo, as trocas comerciais de bens, com uma tarifa universal de 10% sobre todas as importações dos Estados Unidos, que irá afetar as exportações europeias e portuguesas.
Em resposta, o bloco europeu prometeu “retaliar fortemente”. Mas, para Portugal, isso de pouco serve: as importações dos EUA para o nosso país representam apenas 0,21% das compras ao estrangeiro, segundo os números do Instituto Nacional de Estatística (INE), enquanto as exportações de Portugal para território norte-americano valem quase 6% do total de bens exportados.
Até novembro do ano passado, Portugal exportou um total de 4,93 mil milhões de euros em bens para os Estados Unidos, mais 404 milhões do que os registados no mesmo período do ano passado – para um aumento de 8,9%.
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