Partilhareste artigo
As reclamações dos munícipes contra as autarquias aumentaram 21% para 1528, entre janeiro e agosto, face ao mesmo período do ano passado, que registou 1261 denúncias, segundo os dados recolhidos pelo Portal da Queixa e divulgados esta terça-feira. São mais 267 contestações.
Relacionados
As câmaras municipais de Lisboa, Almada e Loures estão no topo da lista negra. O município da capital, presidida pelo social-democrata, Carlos Moedas, com um volume de reclamações de 23,6%, o que corresponde a uma subida de 25% face a 2022, lidera o ranking das queixas. Segue-se a autarquia de Almada, liderada pela socialista Inês de Medeiros, a acolher 12,8% das denúncias, um aumento de 14% em relação ao ano passado. Em terceiro lugar, e a absorver 5,2% das ocorrências, está a Câmara de Loures, encabeçada pelo socialista Ricardo Leão, que assistiu a um crescimento de mais de 70% das reclamações este ano.
A norte do País, e na quarta posição, está a autarquia de Vila Nova de Gaia, conduzida pelo socialista Eduardo Vítor Rodrigues, alvo de 4,3% das queixas geradas durante os primeiros oitos meses do ano. Depois, surge a Câmara do Porto, presidida pelo independente Rui Moreira, com 3,8% das reclamações registadas pelo Portal da Queixa, entre janeiro e agosto. Apesar de figurar em quinto, o município da Invicta foi o que registou o maior crescimento de reclamações: são mais 107% face ao período homólogo de 2022.
Segundo detalha o estudo, a falta de limpeza é a principal reclamação dos munícipes dirigida à Câmara de Lisboa: 16,7% das ocorrências dizem respeito a este problema. Já na autarquia de Rui Moreira, 41.6% das queixas estão relacionadas com a iluminação pública.
Relativamente à performance das autarquias quanto à resposta e resolução dos problemas reportados, com os três melhores Índices de Satisfação estão a Câmara da Nazaré, com uma pontuação atribuída pelos consumidores de 90,8 em 100; a Câmara de Sesimbra (89,6/100) e a Câmara de Lagos (73,8/100).
Subscrever newsletter
Relativamente às queixas geradas por distrito, no topo da tabela continua a posicionar-se a Câmara de Lisboa ao recolher 63% das reclamações da região; segue-se a autarquia do Porto (10,1%); o município de Braga (3,1%); o executivo de Coimbra (3%) e a Câmara de Faro (2,8%). O município algarvio foi, contudo, o único que registou uma descida do número de queixas face a 2022 (-20%).
Quanto ao volume mensal de reclamações mensal, no primeiro semestre cada mês gerou perto de 200 queixas, sendo que, julho e agosto já ultrapassam as 220 reclamações, com 255 e 221, respetivamente.
Lixo, obras e iluminação pública
Entre os cinco principais motivos de reclamação estão problemas relacionados com a falta de limpeza (22%), nomeadamente sobre falha de recolha de lixo e de limpeza de terrenos, um motivo que cresceu 35%, em relação a 2022.
A gerar 15,8% das reclamações estão obras mal executadas, que englobam demora, danos causados e trânsito causado pela intervenção, um tema que sobe 12,9%.
A provocar 7,2% das ocorrências está a iluminação pública, sendo apontados constrangimentos pela falta ou demora nas reparações. Este motivo aumentou 10% face ao ano passado.
O barulho ocupa uma fatia de 6,3% das queixas, com os munícipes a denunciarem situações de ruído fora do horário legal. O tema cresce 8,5%, em comparação com 2022. Há ainda 5,3% das queixas relacionados com falta de lugar para estacionar, viaturas em lugares indevidos ou multas. O motivo supera em 25% o volume registado em 2022.
O fundador do Portal da Queixa, Pedro Lourenço, considera que a nova realidade digital veio potenciar uma maior intervenção cívica dos munícipes na identificação de falhas, problemas e melhorias, sendo que, “a capacidade de resposta e de resolução das autarquias passa a ser um forte barómetro da satisfação e da confiança dos cidadãos face ao poder local”, segundo o comunicado divulgado esta terça-feira.
“Esta nova realidade digital exerce uma pressão acrescida ao trabalho desenvolvido pelos candidatos eleitos, obrigando-os a estar atentos ao índice de satisfação dos seus munícipes, sob pena de serem alvo de penalização na sua tentativa de reeleição, na sequência do aumento do poder da opinião pública”, afirma Pedro Lourenço.
Deixe um comentário