Os talentos da Bosch, assegurou Jónio Reis, “estão aptos para responder a esses novos requisitos do mercado”. O conflito entre o físico e o digital também existe no seio da multinacional, cuja ambição é “ter todos os produtos conectados”, e a breve prazo porque “a indústria 4.0 não vem aí, já chegou”. O responsável falava na conferência do sétimo aniversário do Dinheiro Vivo, que teve lugar esta terça-feira no CCB, em Lisboa.
Ainda no que toca à resposta aos novos desafios tecnológicos da indústria, Jónio Reis sublinhou a aposta da Bosch, e não só, em Portugal, devido à qualidade dos recursos humanos.
“A geração millennial é uma referência para a Bosch que, sistematicamente, tem inaugurado no país centros de desenvolvimento e inovação. São muito importantes as parcerias com as universidades, porque a qualidade da educação e dos recursos humanos é exemplar. Não é por acaso que a quantidade de empresas que se instalam cá está a aumentar”.
O responsável destacou ainda que o talento não é exclusivo da geração millennial e que será um desafio “social e cultural” ter pela primeira vez “avós, pais e netos a conviver no mesmo espaço industrial com robôs”. Vai requerer de todos um grande esforço, concluiu porque “todos têm de ser motivados”.
Questionado sobre a dificuldade de atrair e reter talentos em Portugal, Jónio Reis congratulou-se por 99% dos trabalhadores da Bosch no país serem portugueses. Mas admitiu que há dificuldades na hora de contratar, por causa da subida dos salários e não só.
“Para os engenheiros de software os salários terão subido entre 15% a 20% nos últimos dois anos. Fora dos grandes centros ainda é mais difícil atrair e reter talento. E isso não se faz só pelo salário. Na minha geração o sonho era sair da faculdade e comprar um carro. Hoje quem sai da universidade dificilmente terá esse objetivo. A captação e retenção de talento mudou muito em relação há dez anos”, concluiu.
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