//“Queremos juntar valor, da vinha ao copo, em toda a fileira da região do Douro”

“Queremos juntar valor, da vinha ao copo, em toda a fileira da região do Douro”

Apesar de alertar para os problemas demográficos na Região Demarcada do Douro (RDD), Gilberto Igrejas, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), assume que “o maior problema da região vitivinícola tem que ver com os preços praticados ao nível da produção, da compra do produto ao viticultor. A comercialização dos vinhos não paga o preço justo, ainda não paga o valor da qualidade dos produtos”.

Para contrariar a situação, defende ser necessário “encontrar um modelo para que os vinhos sejam mais valorizados”, e é nesse contexto que surge o congresso, designado por Douro & Porto – Memória com futuro, previsto para a próxima semana, de 19 a 22 de julho, com o objetivo de encontrar soluções e compromissos para garantir a sustentabilidade da região. Será uma oportunidade para, com base na história da RDD, “desenhar o seu futuro”. Terá sessões presenciais na Alfândega do Porto e no Museu do Douro, mas também online.

“Já apostamos nos mercados internacionais e temos duas denominações de origem – os vinhos do Porto e os do Douro -, com o Porto consolidado no mercado e com o Douro na vanguarda e como uma alavanca para o enoturismo na região”, mas agora “queremos juntar valor, da vinha ao copo, ao longo de toda a fileira da região”, resume o dirigente.

No ano passado, o preço médio pago por litro aos produtores da região ficou nos 1,76 euros, no caso do vinho do Porto, e nos 0,78 euros nos vinhos Douro, de acordo com informação do IVDP.

Gilberto Igrejas está consciente de haver uma parte do mercado na qual não se pode intervir, dependente da oferta e da procura. Então, onde e como atuar? “Há uma análise daquilo que são os regulamentos da RDD, no sentido de se avaliar onde pode haver mudanças. Por exemplo, em termos de densidade de plantação ou do rendimento por hectare. Podemos ter uma estrutura que avalie, em termos de medidas preditivas, como se pode aliviar o peso na produção.” Dito de outra maneira, o IVDP admite que se possam aliviar os custos ao nível da produção.

Por outro lado, o dirigente lembra que os agentes do setor têm igualmente vindo “a investir em investigação e tecnologia, com soluções para colmatar a falta de mão-de-obra, e assim também contribuir para baixar os custos na produção”.