//Receitas do turismo podem ser ainda melhores do que antes da pandemia, admite ministro

Receitas do turismo podem ser ainda melhores do que antes da pandemia, admite ministro

As previsões do Banco de Portugal apontam para uma receita de 16 mil milhões de euros neste ano turístico. Mas a boa recuperação que o setor já está a sentir, com uma boa ocupação na Páscoa e muitas reservas para o verão, aumentam o otimismo, inclusive do ministro da Economia e do Mar.

Numa conversa com o dean da NOVA SBE, Daniel Traça, no âmbito da Conferência e Prémios aos lideres do Turismo, organizada em conjunto com o jornal digital Tnews, António Costa Silva disse acreditar que este ano “vamos avançar muito mais e atingir 18 ou 19 mil milhões de euros (receita de 2019) ou mais. O objetivo é trabalhar para atingir os 27 mil milhões de euros de receita turística em 2027, conforme está definido no nosso plano”.

Para o ministro da Economia, é óbvio que a inflação vai provocar perda de poder de compra. Mas, na sua opinião, isso pode levar a reconfiguração da oferta turística e estimular o mercado interno, tal como aconteceu durante a pandemia. “As pessoas, provavelmente, não vão para mais longe”. Por outro lado, será uma forma de o turismo funcionar durante todo o ano.

Quanto ao turismo externo, a aposta na qualidade, diversidade, autenticidade, sustentabilidade, na segurança e “o receber bem” que caracteriza o povo português, “pode ser uma resposta interessante”.

Relativamente ao eventual impacto da guerra na Ucrânia sobre o turismo nacional, António Costa Silva considera que até pode ser positivo. “Estamos numa posição geográfica que atrai, no cruzamento de três continentes e afastados do conflito”. Mas para o ministro é certo que estamos a viver uma nova era geopolítica e que a União Europeia tem de a enfrentar. “Durante anos andámos a ignorar as questões da geopolítica e da defesa e agora estamos confrontados com elas”.

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“Setor pujante e sustentável”

Questionado sobre a sua visão quanto ao futuro do turismo português, o Ministro da Economia não hesitou em responder que vê “um setor muito adaptado aos tempos modernos, temos de ser líderes no turismo sustentável”. E com uma oferta muito diversificada, por exemplo, cultural, de saúde, sol e praia, de eventos, entre outras. E muito turismo de natureza porque “as pessoas estão muito preocupadas com a crise climática. Para Costa Silva, “o turismo está a dar um excelente exemplo porque está a integrar esta componente da sustentabilidade na sua atividade”.

“Um setor muito pujante, líder na sustentabilidade no mundo”, resumiu o governante, sem esquecer o alerta para a grande concorrência, embora confiante no potencial que Portugal tem para crescer”.

Sobre uma das grandes dificuldades que os diversos agentes do setor do turismo têm referido sucessivamente – a falta de recursos humanos e a necessidade de recorrer à imigração – o Ministro da Economia afirmou que “a abertura do governo é total”. Já há acordos de mobilidade com Marrocos, o acordo no âmbito da CPLP está a ser regulamentado e com a India “é que ainda está a patinar, espero que avance rapidamente”. O ministro não esqueceu a oportunidade de atrair também os chamados nómadas digitais e enfatizou a escolha que muitos já estão a fazer, por exemplo, da Madeira.

A 1.ª edição dos Prémios da Tnews distinguiu 15 líderes do turismo nacional, nomeadamente dos principais grupos hoteleiros, associações setoriais e organismos públicos ou privados. A Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques foi uma das premiadas. António Marto, presidente da Associação Fórum Turismo foi considerado “jovem líder do turismo” e André Jordan, conhecido como o “pai do turismo português” recebeu o Prémio Excelência.

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