//Recorde histórico. Pela primeira vez, riqueza produzida no mundo não será suficiente para pagar dívidas

Recorde histórico. Pela primeira vez, riqueza produzida no mundo não será suficiente para pagar dívidas

Nas estimativas publicadas esta quarta-feira, o Fundo Monetário Internacional aponta para um cenário base com a dívida pública no máximo histórico de 101,5% do PIB este ano e um novo recorde de 103,5% do PIB em 2021. É um aumento de quase 20 pontos percentuais face a 2019 (82,8% do PIB) e bem acima do projetado pelo FMI em abril, que apontava para rácios abaixo de 100%.

Ainda segundo as contas do FMI, as medidas já anunciadas em todo o mundo rondam os 11 biliões de dólares, acima dos 8 biliões de dólares estimados em abril. Cerca de metade deste valor é despesa pública e receitas perdidas, ligadas aos orçamentos dos países, a outra metade são empréstimos, garantias e injeções de capital, que podem penalizar os contribuintes se as empresas não pagarem os apoios.

Défices chegam aos dois dígitos

Não é só a dívida que dispara, esta actualização do FMI agrava também as previsões para os défices, face à estimativa de abril. Agora a organização aponta para um défice orçamental global de 13,9% do PIB este ano e 8,2% em 2021, o que compara com os 4% do ano passado.

Nas economias avançadas o desequilibro das contas públicas deverá chegará a um valor médio de 16,5% do PIB este ano, 13 pontos percentuais acima do registado em 2019. Já a dívida pública chegará a um valor médio equivalente a 130% do PIB. Só os países do G-20 deverão gastar, em média, cerca de 6% do PIB no combate à pandemia.

Na Zona Euro a dívida pública deverá chegar a 105,1% do PIB este ano (84,1% em 2019), e o défice a 11,7% (0,6% em 2019). Nas maiores economias só a Alemanha manterá um rácio da dívida pública abaixo de 100% do PIB (77,2%). Em Espanha subirá para 123,8%, na França para 125,7% e em Itália vai disparar para 166,1%.

Os défices apresentados são todos de dois dígitos: Espanha com 13,9%, Itália com 12,7%, França com 13,6% e Alemanha com 10,7%.

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