O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, considera que a proposta da líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, de reduzir o horário de trabalho no setor privado, para as 35 horas semanais, sem cortar nos salários, não é possível nos próximos anos.
Em entrevista à Renascença, Catarina Martins disse acredita ser possível reduzir o horário de trabalho para as 35 horas semanais no setor privado, sem reduzir os salários.
A líder do Bloco considera que as empresas não só têm capacidade para o fazer, como a medida permitiria criar mais 200 mil postos de trabalho.
Para o presidente da CCP, “fazer uma afirmação dessas, de caráter geral, não tem qualquer sentido”.
João Vieira Lopes defende que a medida só é viável nos poucos setores de atividade em que a produtividade o permite.
“Baixar o tempo de trabalho mantendo o salário tema ver com o aumento da produtividade. Há setores em que isso pode ser possível e outros em que não, a curto prazo. A longo prazo, provavelmente é possível em grande número de setores”, sublinha.
Já existem setores com horário reduzido, como a banca, mas essa “é uma discussão que tem de ser feita ao longo dos anos”.
“Mas para isso ser conseguido de forma mais generalizada tem que haver um aumento da produtividade em Portugal, que neste momento não existe”, argumenta o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, em declarações à Renascença.
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