A TAP prolongou por dez dias, até 24 de março, o prazo para os trabalhadores aderirem às medidas voluntárias propostas pela companhia, para dar mais tempo aos colaboradores para decidir, adiantou o presidente executivo, Ramiro Sequeira.
Em entrevista ao programa da RTP “Tudo é Economia”, o gestor indicou que a transportadora já recebeu 500 pedidos para aderir a estes programas, mas relembrou que “as pessoas até assinar têm tempo de reconsiderar” e que por isso a gestão tomou “a decisão de ampliar o prazo de fecho das medidas voluntárias que era dia 14 [de março]”.
“Demos mais dez dias exatamente porque sentimos que as pessoas precisavam de mais tempo”, rematou.
Em 10 de fevereiro, foi noticiado que os trabalhadores da TAP poderiam até 14 de março aderir a medidas voluntárias, que incluem rescisões por mútuo acordo, de acordo com uma mensagem enviada aos colaboradores, a que a Lusa teve acesso.
A transportadora indicou que “as medidas voluntárias disponíveis para os colaboradores da TAP S.A. contemplam: rescisões por mútuo acordo, reformas antecipadas, pré-reformas, trabalho a tempo parcial e licenças sem vencimento”.
“O processo de consulta e adesão às medidas voluntárias decorrerá de 11 de fevereiro a 14 de março de 2021, sendo a sua efetivação até 31 de março de 2021”, referiu a TAP, na altura.
Na mesma entrevista, esta terça-feira à noite, Ramiro Sequeira salientou ainda que o “despedimento coletivo é na TAP a última das últimas opções”, considerando que é possível atingir o número que pretende de redução de trabalhadores, de perto de 800, “sem isso”.
Segundo o presidente da TAP, além da redução de massa salarial, a transportadora já conseguiu, em negociações com ‘leasers’ e fabricantes de aviões, reduzir custos em cerca de 1,4 mil milhões de euros até 2025 e aponta ainda para poupanças entre 200 e 225 milhões com fornecedores.
Ramiro Sequeira, que estima que a questão do plano de reestruturação possa estar “clarificada” com Bruxelas em abril, disse ainda que a companhia está atenta a outras formas de financiamento, que podem passar pelo mercado ou por aderir a outros apoios europeus.
Após cinco anos de gestão privada, em 2020 a TAP voltou ao controlo do Estado, que passou a deter 72,5% do seu capital, depois de a companhia ter sido severamente afetada pela pandemia de Covid-19 e de a Comissão Europeia ter autorizado um auxílio estatal de até 1.200 milhões de euros à transportadora aérea de bandeira portuguesa.
Em 2 de julho, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, anunciou, em conjunto com o ministro das Finanças, João Leão, que o Governo tinha chegado a um acordo com os acionistas privados da TAP, passando o Estado a deter 72,5% do capital da companhia aérea (antes tinha 50%), por 55 milhões de euros, saindo David Neeleman da estrutura acionista.
No total, até 2024, a companhia deverá receber entre 3.414 milhões de euros e 3.725 milhões de euros.
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