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Arrendar casa na capital do país é uma tarefa cada vez mais difícil face ao sucessivo aumento dos preços no último ano que tem atirado os valores das habitações para máximos. Ainda assim, no terceiro trimestre do ano, registou-se um pequeno alívio de 0,5% nos novos contratos celebrados para arrendamento habitacional em Lisboa, de acordo com os dados da Confidencial Imobiliário no âmbito do Índice de Rendas Residenciais.
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Esta quebra no terceiro trimestre trava, desta forma, o ciclo de “fortes subidas trimestrais observado ao longo do último ano, durante o qual se registaram aumentos em cadeia superiores a 5%, num pico de 9,7%”, adianta a empresa de produção de estatísticas sobre imobiliário em Portugal, relembrando que no segundo trimestre deste ano se registou um incremento homólogo inédito de 29,6%.
De acordo com o SIR-Arrendamento, a renda média contratada em Lisboa no terceiro trimestre de 2023 atingiu um novo recorde, posicionando-se em 19,4euros/m2 nos usados, o que traduz uma prática de 1.495 euros para um apartamento de tipologia T2 e de 1.164 euros para um T1.
Este período de elevados avanços nos preços da habitação justifica-se com o travão à atualização de rendas a vigorar em 2023 e com as medidas do pacote Mais Habitação, explica, em comunicado, o diretor da Confidencial Imobiliário.
“Este contexto de restrições e incerteza, associado a uma conjuntura de pressão inflacionista, levou os senhorios a defenderem-se de perdas futuras por via dos aumentos nos novos contratos, cumulando num incremento de quase 30% nas rendas entre o 2º trimestre de 2022 e o mesmo período de 2023. Neste quadro, a variação em cadeia de apenas -0,5% sugere que os proprietários não pretendem continuar a testar a elasticidade do mercado, considerando que as rendas atingiram o seu ponto máximo”, adianta Ricardo Guimarães.
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O responsável explica que estes dados não refletem, para já, a medida do governo que recusa um novo travão ao aumento das rendas no próximo ano, e está otimista com “um efeito positivo” no sentido em que as rendas não continuem a subir.
“Isto porque, o anterior travão à atualização das rendas teve o duplo efeito perverso de contrair a oferta e levar a um vertiginoso aumento dos valores dos novos contratos, como forma de os proprietários anteciparem para o imediato a atualização futura das rendas, que se anteviam congeladas”, justifica.
Já no que respeita ao Porto, as rendas também aliviaram no terceiro trimestre mas ainda em terreno positivo. No período em análise, os novos contratos de arrendamento na Invicta apresentaram rendas 3,2% acima do trimestre anterior, abrandando face à anterior subida trimestral de 4,8%.
“O Porto já tinha dado sinais de moderação das subidas no arranque deste ano, com uma variação trimestral de 2,3% no primeiro trimestre, em contraste com os níveis de 8% a 10% observados nos dois trimestres precedentes. Sem prejuízo, em termos homólogos, as rendas no Porto chegaram a acumular uma subida recorde de 28,5% no 2º trimestre deste ano, indicador que no 3º trimestre refreou 8,5 pontos percentuais para 20,0%.”, enquadra a Confidencial Imobiliário.
No Porto, a renda média praticada atingiu também novo máximo de 14,4euros/m2 nos usados no terceiro trimestre, com valores médios de arrendamento de 1.136 euros para um T2 e 849 euros para um T1.
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