//Rendimento das famílias ainda está por recuperar

Rendimento das famílias ainda está por recuperar

O rendimento real per capita das famílias portuguesas manteve-se ainda aquém da recuperação para valores pré-pandemia no terceiro trimestre do ano passado, período em que no grupo das chamadas economias avançadas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) as famílias contabilizavam já mais 4% de ganhos, de acordo com estatísticas publicadas ontem.

Nos dados da OCDE, o penúltimo trimestre de 2021 situava o rendimento disponível das famílias portuguesas, ajustado de inflação e distribuído por habitante, ainda 1,4% abaixo do valor observado no quarto trimestre de 2019, antes da pandemia.

O valor de redução de rendimentos face ao final de 2019 acontece depois de o índice calculado pela OCDE ter recuado em cadeia no terceiro trimestre em 1,2% face ao nível mais alto observado desde o início da pandemia, registado no segundo trimestre do ano passado. Nesse período, o rendimento das famílias portuguesas encontrava-se já equiparado ao valor observado imediatamente antes dos primeiros efeitos da crise sanitária, a 0,1% apenas deste.

A evolução ainda negativa nos ganhos das famílias portuguesas desde o início da atual crise compara com um comportamento mais positivo para a generalidade dos países da União Europeia para os quais a OCDE reúne estatísticas atualizadas, com exceção de Espanha. Também os rendimentos das famílias espanholas se mantêm aquém do observado antes da pandemia, 3,3% abaixo do valor observado no final de 2019.

Dentro do grupo europeu é, por outro lado, a Grécia que regista maiores ganhos no rendimento real disponível dos cidadãos, num crescimento de 8,8% face ao período antes da pandemia. Seguem-se-lhe Eslovénia, numa subida de 8,1%, Suécia, numa melhoria de 3,6%, e Dinamarca, num ganho de 3,4%. Também nas três maiores economias europeias, Alemanha, França e Itália, o rendimento dos habitantes melhorou, em termos reais, 0,6%, 1,1% e 0,4%, respetivamente.

No conjunto da OCDE, a subida nos rendimentos face ao período anterior à pandemia é de 4%. Nos EUA, a melhoria face ao final de 2019 atinge 5,6%, ainda que o país tenha a registar um recuo no rendimento disponível ocorrido entre o segundo e o terceiro trimestres do ano passado.