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O rendimento médio anual nos municípios que compõem o Eixo Atlântico é de 13 mil euros, segundo o Mapa da Coesão do território a ser lançado em 2023 que assinala uma boa comparação com Portugal e Espanha.
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Segundo um resumo do documento agora enviado às redações, “o rendimento médio no Eixo Atlântico atinge os 13 mil euros” e “o intervalo entre as cidades situa-se entre os oito mil e os 18 mil euros”.
O Mapa da Coesão do sistema urbano transfronteiriço do Eixo Atlântico, que será lançado em maio do próximo ano, mediu o nível de coesão da Eurorregião, pretendendo “partilhar informações dos municípios” entre eles, visando “corrigir as desigualdades e melhorar as políticas”.
O Eixo Atlântico é uma organização de cooperação transfronteiriça fundada em 1992, que reúne 39 municípios do Norte de Portugal e da Galiza.
O documento, elaborado pelo laboratório Cities Lab Katedra da Universidade de Deusto (País Basco), com recurso a mais de três mil entrevistas telefónicas, refere que “a desigualdade dentro do Eixo regista níveis baixos em comparação com o resto de Espanha e Portugal”, bem como em relação às desigualdades urbanas europeias.
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No entanto, “um em cada quatro cidadãos do Eixo Atlântico encontra-se numa situação de vulnerabilidade devido à falta de alguns recursos básicos de subsistência”, sendo este “o principal problema relacionado com a coesão social” no território.
Na componente económica, “10% precisou pedir dinheiro a amigos ou familiares para chegar ao fim do mês e deixaram de pagar faturas de serviços essenciais”, “18% tiveram de fazer cortes nas suas despesas alimentares” e “20% não podem ligar o aquecimento quando precisam dele”.
Quanto a infraestruturas, 31% da população tem “acesso à Internet deficitário ou baixa qualidade (dados baixos, baixa velocidade)” e “18% não têm dispositivos digitais suficientes em casa para que todos os membros da família estejam ligados ao mesmo tempo”.
Relativamente ao desemprego, a taxa média no Eixo Atlântico é de 13%, sendo as diferenças no seio do território “relevantes, com áreas que estão tecnicamente próximas do pleno emprego e cidades que são o dobro da média”.
Quanto aos desempregados, 59% “acreditam que não encontrarão emprego nos próximos seis meses”, e na população empregada o medo de perder o trabalho “é mais pronunciado nas cidades, onde o nível de contratos temporários é mais elevado”.
Ainda no campo do trabalho, “22% reconhecem que não têm capacidade para exigir que os seus direitos laborais sejam cumpridos”, mas “a filiação sindical é inferior a 10% em todo o território”.
O documento indica também que “85% não participaram em greves, manifestações ou outras ações de protesto com conteúdo político” e “90% nunca tiveram qualquer contacto formal ou informal com representantes políticos ou de administrações locais”.
Relativamente aos jovens, hoje “menos propensos a pertencer à classe média do que os das gerações anteriores”, “apenas 18%” abaixo dos 30 anos são emancipados, e segundo o Eixo “as principais razões para isto são a precariedade laboral e a escalada dos preços de aluguer”.
“A desigualdade entre homens e mulheres é percebida pela maioria das mulheres no Eixo Atlântico e por 39% dos homens”, pode ler-se ainda no estudo, com as mulheres a terem “maior incerteza no emprego” devido “ao maior impacto da sazonalidade”.
Quanto a indicadores de saúde, na região “os estilos de vida sedentários têm uma incidência elevada”, já que “37% dos seus habitantes nunca fazem qualquer tipo de exercício ou desporto” e “20% da população bebe mais do que um copo de vinho por dia e fuma todos os dias”.
Um décimo dos cidadãos “com mais de 18 anos admitem ter quadros depressivos ou sofrer de alguma doença mental”, sendo que “a incidência da depressão entre as mulheres no Eixo Atlântico é duas vezes maior do que entre os homens”, tendo as doenças mentais também “maior impacto” no feminino.
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