//Renováveis. Mais de 50 milhões de toneladas de CO2 evitadas nos últimos cinco anos

Renováveis. Mais de 50 milhões de toneladas de CO2 evitadas nos últimos cinco anos

Quando se começaram a instalar as primeiras renováveis em Portugal, o objetivo foi desde logo a descarbonização da produção de eletricidade e a redução da dependência do país dos combustíveis fósseis, cuja importação tinha uma pesada fatura. Anos mais tarde, já com quase 15 GW de potência instalada em Portugal, na sua maioria eólicas e hídricas, mas também solar e alguma biomassa, o impacto no ambiente e na descarbonização – agora um processo já muito mais enraizado no país e na Europa – é cada vez mais evidente. De acordo com um estudo realizado pela Deloitte para a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), o aumento da produção de energia renovável nos últimos cinco anos “permitiu evitar a emissão de mais de 50 milhões de toneladas equivalentes de CO2”, das quais 19,9 milhões de toneladas foram evitadas só no ano de 2020.

A maior parte das emissões evitadas foi conseguida com a redução do uso de carvão que, gradualmente, tem sido substituído pelas renováveis na produção de eletricidade. Aliás, no final deste 2021, apesar de estar a ser um ano com pouco vento e chuva, as emissões evitadas poderão ser ainda superiores às de 2020 por causa do encerramento da central termoeléctrica de Sines, em janeiro, e por causa do fecho da central do Pego previsto para o último trimestre do ano. Nessa altura, recorda o estudo, “Portugal deixará de ter em operação centrais termoeléctricas para produzir eletricidade a partir de carvão”.

Ora, uma vez que não se compra tanto carvão, nem gás natural, e que se usam mais os recursos naturais – que são grátis e apenas custam a transformar em eletricidade – a produção elétrica a partir de fontes renováveis permitiu poupar “aproximadamente 4,1 mil milhões de euros”, diz o estudo da Deloitte. Só em 2020 terão sido evitados “514 milhões de euros em importações de combustíveis fósseis para a produção de eletricidade, menos 727 milhões que em 2018”. Mas, de acordo com a consultora, não são apenas as renováveis a contribuir para esta poupança. “A queda dos preços do carvão e do gás natural” e também “a quebra de consumo em 2020, em resultado da crise pandémica” são outras das razões apontadas.

Para este ano, o panorama pode ser diferente no que respeita ao impacto das renováveis na redução da dependência de combustíveis fósseis e, consequentemente, na redução dos gastos em importações. Como tem estado menos vento e chove menos, as eólicas e as barragens funcionam menos e têm se usado mais as centrais a gás natural e o gás natural está a preços muito elevados. Tão elevados que os preços de eletricidade no mercado ibérico, que depois têm impacto na conta da luz para todos os portugueses, têm atingido recordes sucessivos e podem mesmo vir a obrigar a um aumento de preços em 2022. Aumento esse que, a verificar-se, será de um valor “reduzido”, assegurou o secretário de Estado da Energia, João Galamba, esta semana.

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