A requalificação da praça do Martim Moniz, em Lisboa, vai custar três milhões de euros e deverá arrancar no “início do próximo ano”, adiantou esta quinta-feira um representante do concessionário, estimando que as obras terminem no verão.
“Queremos começar a obra no início do ano, para abrir [o renovado mercado de fusão de nascerá ali] no verão”, disse aos jornalistas Geoffroy Moreno, um dos sócios fundadores da Stone Capital, empresa que faz parte da Moonbrigade, Lda., a concessionária da praça até 2032.
O representante dos novos concessionários (que o são desde setembro) estimou um investimento de três milhões de euros, que poderá levar à criação de “mais de 300 postos de trabalho”.
Estes serão colocados num bolsa de emprego por forma a que a população da zona possa concorrer.
Durante a duração da obra, “a praça poderá ser atravessada”, foi prometido.
O projeto de requalificação daquela praça na freguesia de Santa Maria Maior já era conhecido, mas foi alvo de duras críticas numa sessão de apresentação à população, organizada pela junta em 21 de novembro.
Nesse encontro, a população rejeitou a solução apresentada, que passa pela substituição das estruturas comerciais atuais por contentores modificados, e pediu que o local desse lugar a um jardim.
Esta quinta-feira, Geoffroy Moreno anunciou modificações ao projeto, para ir de encontro às preocupações manifestadas nessa sessão, mas apontou que a praça irá mesmo ter contentores que serão “descascados” e que o esqueleto da estrutura “será revestido” com outros materiais, para ser adaptado ao comércio ou serviço que irá albergar.
Apesar de os populares terem pedido um jardim, a praça vai contar com um mercado, à semelhança do que já lá existia até agora, mas será “totalmente aberto” – um “espaço público sem fronteiras nem barreiras”.
Geoffroy Moreno falou numa diminuição de 40% da área concessionada e afirmou que haverá um “reforço das árvores, floreiras e trepadeiras” na praça, que contará também com mais mesas e cadeiras para uso livre, mesmo sem consumo no mercado.
“A ideia inicial da vedação seria para melhorar e controlar a segurança”, referiu o empresário, apontando que se abdicou desta ideia depois das críticas.
O concessionário afirma que “será possível atravessar a praça de uma ponta à outra” e que “não haverá separação entre os espaços comerciais e a rua, mesmo durante a noite”.
Segundo o empresário, o mercado vai ocupar 28% da praça, sendo que 8.200 metros quadrados (m2) ficam fora da concessão.
Quanto aos negócios que funcionarão ali, o fundador da Stone Capital referiu que estão previstos “à volta de 50 espaços comerciais” dirigidos à população local, como “florista, cabeleireiro, talho ou padaria”, e também restaurantes de comida do mundo.
O objetivo passa por “recriar o comércio e serviços que já existem” na zona, notou Geoffroy Moreno, rejeitando que aquele seja um lugar para “marcas e conceitos internacionais”.
Apalavrados estão já uma chapelaria e uma loja de discos, a par de uma “loja dos moradores”, de utilização gratuita.
Com rendas que deverão começar nos “300 euros, podendo ir até aos 2.000”, os espaços comerciais vão adotar diversos tamanhos entre os 06 m2 e os 60 m2.
O concessionário compromete-se a “fazer o controlo centralizado da música ambiente para não incomodar as pessoas e o seu sossego”, a par da higiene urbana.
Apontando que antes da execução do projeto para o Martim Moniz houve já “três anos de diálogos” com associações e personalidades locais, Geoffroy Moreno disse esperar que esta nova versão seja do agrado das pessoas, tendo-se mostrado disponível para dialogar ainda mais caso o projeto ainda não convença.
Durante a conversa com os jornalistas foi dito várias vezes que o concessionário quer “valorizar o bairro” e que as celebrações habituais vão continuar a acontecer no Martim Moniz, pelo que o empresário acredita que “a concessão não afetará as comunidades”.
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