//Resposta do Governo ao setor animal é “simplesmente inexistente”

Resposta do Governo ao setor animal é “simplesmente inexistente”

O secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defendeu neste sábado ser “simplesmente inexistente” a resposta do Governo para mitigar o impacto da seca no setor da produção e da alimentação animal.

“No que concerne às medidas destinadas aos animais, a resposta do Governo é simplesmente inexistente. Verificou-se um adiantamento de dois meses relativamente ao pagamento dos valores comunitários anuais para os produtores de uma forma geral, a qual não tem a ver com as necessidades específicas do setor pecuário”, afirmou Luís Mira, em resposta à Lusa.

Para a confederação, o Executivo deveria adotar medidas como um incentivo à construção de pequenas charcas e barragens, eliminando bloqueios e “dificuldades burocráticas” no licenciamento destas infraestruturas.

A CAP sublinhou ainda que o Governo tem condições políticas e financeiras, com recurso às verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para implementar estas medidas, “pelo que esta situação representa uma profunda insensibilidade dos nossos governantes relativamente a esta matéria”.

Luís Mira destacou que os subsetores da pecuária extensiva estão a ser “particularmente afetados” pela seca, obrigando os produtores a recorrerem ao transporte de água.

“Cada bovino precisa de cerca de 50 litros de água por dia, isto é, 1.500 litros por mês, pelo menos até outubro, uma vez que não se espera chuva antes dessa altura. Nesta altura, a alimentação desse mesmo bovino custa cerca de 2,50 euros por dia, ou seja, 75 euros por mês. Caso o produtor tenha que alimentar uma centena de animais, o custo ascende a 7.500 euros mensais”, apontou.