Por outro lado, Daniel Serra chama a atenção para um outro problema que, na sua opinião, pode “pôr em risco a cozinha tradicional portuguesa”. O responsável diz que, “perante as dificuldades, muitos empresários estão a abandonar esta atividade, e os restaurantes acabam por fechar, reabrindo mais tarde, mas com cultura diferente, de outros países e por vezes com apostas na fast-food”.
É por isso que Daniel Serra afirma que, neste momento, “a falta de mão-de-obra especializada, coloca em risco a cozinha tradicional portuguesa”. “Está em grave risco de desaparecer por força de não existir mão de obra especializada, neste caso os cozinheiros”, reforça.
Daniel Serra quer que se aproveite o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para se apostar na formação de novos cozinheiros. A ideia é “procurar pessoas no fim de carreira, perto da reforma e que possam aproveitar o seu tempo mais livre para formar novos cozinheiros e novos chefes, para não se perder esta cultura e esta identidade”.
“A cozinha portuguesa não é fácil e, se não houver este esforço por parte do Governo, vamos perder algo que é considerado património imaterial português, que é a gastronomia”, remata.
Construção procura 80 mil trabalhadores
No setor da construção faltam cerca de 80 mil trabalhadores. Os números são avançados pelo presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI). Reis Campos garante que as necessidades de recrutamento do setor continuam a aumentar, e adianta que depois de 2019, em que se falava na necessidade de 60 mil trabalhadores, hoje apontamos para a necessidade de mais de 80 mil trabalhadores para o setor”.
“Não compreendemos que sendo hoje divulgado pelo INE que existem neste momento inscritos no Instituto de Emprego cerca de 356 mil trabalhadores, dos quais 30 mil são oriundos do nosso setor, possa existir esta situação em que há pessoas a querer trabalhar e as empresas continuem com problemas de falta de trabalhadores”, sublinha.
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