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O primeiro-ministro reconheceu esta terça-feira que as limitações decretadas aos sábados e domingos não foram suficientes para controlar a pandemia de covid-19, sinalizando medidas mais restritivas para os fins de semana.
“Não foram suficientes as medidas de confinamento ao fim de semana que adotámos anteriormente e que os permitiram controlar a segunda vaga”, começou por indicar António Costa no final da reunião com especialistas no Infarmed, em Lisboa.
“Temos de ir mais além neste momento”, avisou o primeiro-ministro, apontando para medidas mais restritivas aos fins de semana.
Pelas regras atuais, nos concelhos de risco mais elevado, a circulação está proibida entre as 13 horas e as 05 da manhã, ou seja, vigora o recolher obrigatório neste período.
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Também durante os fins de semana, o comércio fecha a partir das 13 horas com a abertura a partir das 8 horas, exceto para as farmácias, as clínicas e consultórios, os estabelecimentos de venda de bens alimentares com porta para a rua até 200 metros quadrados e as bombas de gasolina.
No caso dos restaurantes, a partir das 13 horas só podem funcionar através de entrega ao domicílio.
Na reunião desta terça-feira no Infarmed, o epidemiologista Baltazar Nunes analisou os efeitos das medidas de restrição aplicadas pelo Governo ao fim de semana nos últimos meses, considerando que “a incidência estava a crescer a 3% no período anterior ao confinamento ao fim de semana” e depois passou a registar-se “uma tendência de redução de 1,4% a 1,9%”, sendo essa diminuição também visível no impacto em hospitalizações.
Confinar por um mês
No final do encontro no Infarmed que não contou com a presença do Presidente da República por se encontrar em isolamento profilático, o primeiro-ministro indicou que as medidas novo período de confinamento deverão durar um mês, tendo em conta o tempo necessário para começarem a fazer efeito.
“Perante a tendência que é manifesta de crescimento da pandemia, é essencial adotarmos medidas. Essas medidas devem ter um horizonte de um mês e com um perfil muito semelhante àquele que adotámos logo no início da pandemia, ou seja, no período de março e abril”, assinalou o líder do Executivo.
António Costa justificou a necessidade de um mês de confinamento geral com o tempo necessário para que as medidas comecem a surtir efeito. “O que a experiência nos tem ensinado a todos é que entre um momento da decisão e de começarem a termos efeitos visíveis na alteração da curva da pandemia há sempre uma dilação entre duas semanas, três semanas e é por isso que devemos encarar isto num horizonte do próximo mês”, frisou.
Portugal registou nesta terça-feira 155 mortos relacionados com a covid-19, o valor diário mais elevado desde o início da pandemia, e 7.259 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Segundo o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, investigador da Faculdade de Ciências de Lisboa, as previsões apontavam para 154 óbitos diários em 24 de janeiro, valor que acabou por ser já ultrapassado hoje.
O boletim epidemiológico da DGS indica ainda que estão internadas 4.043 pessoas, mais 60 do que na segunda-feira, das quais 599 em cuidados intensivos, ou seja, mais 32. Também aqui Portugal atingiu um novo máximo.
Desde o início da pandemia, Portugal já registou 8.080 mortes associadas à covid-19 e 496.552 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, estando hoje ativos 110.388 casos, mais 1.076 do que na segunda-feira.
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