O banco digital Revolut abre a 19 de março a segunda maior unidade da Europa numa antiga fábrica de Matosinhos (Porto), mas apela aos convidados que tenham estado em regiões de risco do surto de Covid-19 para não participarem.
“No próximo dia 19 de março, às 10:30, inicia-se uma nova fase para este espaço histórico [a antiga fábrica de latas de conservas de sardinha Amorim & Amorim], que passa a acolher agora os mais de 100 colaboradores da Revolut, em Portugal”, avançou hoje à Lusa fonte da Revolut, acrescentando que, “num futuro próximo, o objetivo é ultrapassar os 500 profissionais”, designadamente “especialistas das áreas do crime financeiro, gestão de reclamações, apoio ao cliente, entre outros”.
Para o evento inaugural, por questões de segurança relacionada com a epidemia de Covid-19 provocada por um novo coronavírus, a empresa apela aos convidados que ponderam estar presentes que, “se não se sentirem bem no dia ou se tiverem viajado de ou através alguma das regiões de alto risco (China, Coreia do Sul, Japão e Itália, entre outros), que não marquem presença na inauguração”.
“A segurança dos nossos colaboradores e convidados é a nossa prioridade”, acrescenta a empresa, numa nota enviada à comunicação social.
A aplicação bancária para dispositivos móveis originária do Reino Unido, considerada “unicórnio” (‘start-up’ tecnológica avaliada em mais de mil milhões de dólares), escolheu como novo quartel-general o edifício da litográfica Amorim & Amorim, uma antiga fábrica de latas de conservas de sardinha localizada no número 612 da Avenida Menéres, e que conta na vizinhança com a fábrica de conservas de peixe Pinhais & Companhia.
A inauguração do novo espaço da ‘fintech’, avaliada em mais de 5,5 mil milhões de dólares, vai contar no dia da inauguração com a presença dos “fundadores da Revolut, Nik Storonsky e Vlad Yatsenko”, e de “entidades oficiais portuguesas”, acrescenta a mesma fonte.
“Oitenta e quatro anos depois de ter aberto portas pela primeira vez, o número 612 da Avenida Menéres, em Matosinhos, ganha uma nova vida, onde a tradição e a inovação se aliam para melhorar os serviços daquele que pretende ser o primeiro banco verdadeiramente global”, lê-se na nota enviada à Lusa.
A ‘fintech’, por aliar áreas financeiras e tecnológicas, foi criada em 2015 por Nik Storonsky, ex-funcionário do Credit Suisse (2008-2013) e da Lehman Brothers (2006-2008), e por Vlad Yatsenko (ex-funcionário no Deutsche Bank e UBS Investment Bank).
A sede da Revolut em Portugal vai ocupar a antiga unidade fabril, cuja especialidade era a estampagem da folha de Flandres que servia a indústria portuguesa de conservas.
Em agosto de 2019, numa entrevista à agência Lusa, fonte da Revolut estimava atingir a lotação do espaço num período de tempo entre os 18 e os 24 meses”, assumindo que o imóvel ia manter o “‘looking [visual] industrial” da secular fábrica Amorim & Amorim.
O novo banco digital tem “6,5 milhões de clientes na Europa, dos quais 250 mil são portugueses” e materializa-se numa aplicação e cartões que permitem ao utilizador gerir uma carteira com 28 moedas, transferir dinheiro instantaneamente e gastar, em todo o mundo, sem taxas escondidas”.
O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou 3.385 mortos e infetou mais de 98 mil pessoas em 87 países e territórios, incluindo nove em Portugal.
Das pessoas infetadas, mais de 55 mil recuperaram.
Além de 3.042 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas, San Marino, Iraque, Suíça, Espanha, Reino Unido e Países Baixos.
Em Portugal, estão confirmados 13 casos de infeção.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.
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