“Rigor e fiabilidade”, desde “as informações que transmitimos” a “cumprir com o que dizemos”. Estes são fatores chave para se conseguir alcançar o mercado alemão, alertou José Pedro Marques, da Indasa, durante o debate “As expectativas dos compradores alemães: oportunidades e desafios”. A iniciativa, integrada na conferência “Alemanha como mercado destinatário: um potencial a explorar”, que assinala os 65 anos da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, decorreu esta quinta-feira na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, no Porto. A estes fatores, os portugueses podem somar outros para conseguir fazer a diferença, como sejam a sua “grande flexibilidade, capacidade de se adaptarem a situações difíceis e empatia”.
No ano passado, “o volume total das importações alemãs foi de 1,09 mil milhões de euros”, alertou logo na abertura Hans-Joachim Bohmer, diretor executivo da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, para realçar a importância do mercado alemão. O volume total das importações alemães de Portugal tem, acrescenta, uma “tendência crescente”.
Pedro Bernardo, do Clube de Fornecedores da Bosh Portugal, acrescenta outras características. “A transparência, a comunicação, ser um parceiro e não meramente um fornecedor, ter ciclos de desenvolvimento cada vez mais curtos, produtos de elevada qualidade e competitivos” são fatores importantes para se conseguir ter sucesso no mercado alemão, que é “grande e dinâmico”.
A Alemanha, corrobora Pedro Bernardo, é um país com enorme “potencial”, pese embora a recessão a que se assiste atualmente, e Portugal tem de apostar na “inovação”, nas “competências” e aproximar-se das “academias e centros de saber” para ter sucesso nas relações comerciais com aquele país.
É preciso “persistir” para singrar, explica José Maia Freitas, do grupo Pinto Brasil, até porque há uma enorme “competição” de outros países.
É um mercado difícil mas, depois de entrar, é “fiel”. Olaf Holzgrefe, da Associação Federal Alemã dos Compradores, deixou pistas para se entrar. A começar na “fiabilidade” até “saber o que o cliente do meu cliente quer, para ser um parceiro com o qual se pode crescer”. “O mercado alemão é complicado, tem exigências altas porque os seus clientes também as têm”, explicou. “Se se conseguir ali, consegue-se em qualquer mercado”, incentivou Olaf Holzgrefe, parafraseando Frank Sinatra.
Vivem-se tempos de desafios e de mudança, desde a digitalização, às mudanças no setor automóvel, devido ao crescimento dos elétricos em detrimentos dos motores de combustão, à concorrência global, com particular destaque para os EUA e China. São desafios que podem ser encarados como oportunidades, se estivermos “atentos”, diz Pedro Bernardo, realçando que é preciso “saber procurar de forma pro ativa o que é necessário em cada área, sempre focados em fornecer algo com valor acrescentado, algo inovador e amigo do ambiente”. “Há muita coisa a acontecer à nossa volta e é preciso saber escolher o que é importante e o que pode dar oportunidades novas”.
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