António Godinho, que ficou em segundo lugar nas eleições para a liderança da Associação Mutualista Montepio Geral, pede ao regulador dos seguros que a avaliação de idoneidade de Tomás Correia seja concluída “com a maior urgência” para “serem convocadas eleições num quadro de democraticidade”.
António Tomás Correia foi eleito em dezembro para cumprir um quarto mandato à frente da maior Mutualista do país mas tem estado sob pressão para sair. A pressão aumentou com notícias de que o Banco de Portugal aplicou coimas de 1,25 milhões de euros a Tomás Correia por atos alegadamente cometidos quando era líder do Banco Montepio.
Num comunicado divulgado esta sexta-feira, o Godinho voltou a “denunciar a falta de democracia e pluralismo no Montepio” e explica porque não participou na assembleia geral da Associação que decorreu ontem à noite.
“É do conhecimento público a pobreza da democracia na Associação Mutualista, os discutíveis procedimentos da mesa da assembleia geral, quiçá o último figurino ‘democrático’ em Associações Mutualistas apenas concebido para favorecer os dirigentes em exercício”, diz Godinho.
Adianta que “nas votações, quem discorda é exposto a votar em pé, pois que as abstenções não são estatutariamente consideradas”.
“Participar nesta assembleia geral seria proporcionar a Tomás Correia uma oportunidade de legitimação formal”, frisa.
A AG teve quatro pontos na ordem de trabalhos, incluindo a aprovação das contas de 2018 e a eleição da comissão de revisão de estatutos, com a vista à adaptação ao novo Código das Associações Mutualistas.
Depois de uma controvérsia sobre a quem cabia a avaliação da idoneidade dos gestores da Mutualista, o governo aprovou uma clarificação ao Código das Associação Mutualistas para que ficasse claro que, afinal, cabe à ASF-Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões fazer a dita avaliação.
Com esta clarificação, a ASF ficou a ‘batata quente’ de avaliar a António Tomás Correia Antes do esclarecimento da lei, governo e ASF atiravam um contra o outro a responsabilidade pela avaliação do gestor.
Tomás Correia refuta as acusações do Banco de Portugal e anunciou que iria contestar a decisão do supervisor, tendo sugerido que está a ser penalizado por não ter permitido que o Banco Montepio passasse para mãos estrangeiras.
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