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Cristiano Ronaldo rescindiu por mútuo acordo com o Manchester United com efeitos imediatos, anunciou esta terça-feira o clube inglês numa nota publicada no seu site oficial.
O emblema de Old Trafford agradece ao internacional português “o seu imenso contributo durante as duas passagens” pelo clube, realçando os 145 golos em 346 jogos do futebolista de 37 anos.
“Toda a gente do Manchester United permanece focado em continuar a progressão da equipa sob o comando técnico de Erik ten Hag e a trabalhar para conseguir sucesso no campo”, acrescenta o comunicado.
O futebolista internacional português tinha confidenciado na entrevista que concedeu a Piers Morgan que “talvez possa ser bom” para si e para o Manchester United abraçarem um “novo capítulo” a seguir à conclusão do Mundial 2022.
“É difícil responder agora, porque o meu foco está só no Campeonato do Mundo. Não sei aquilo que vai suceder depois, mas talvez seja o melhor para o clube e para mim ter um novo capítulo. Se voltar, irei ser o mesmo Cristiano, mas espero que as pessoas estejam do meu lado e me deixem brilhar”, atirou o capitão da seleção nacional, na segunda parte da entrevista concedida a um canal televisivo britânico, que foi divulgada na quinta-feira.
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Em 27 de agosto de 2021, Cristiano Ronaldo abandonou os italianos da Juventus para consumar o regresso a Old Trafford, num negócio estimado em 17 milhões de euros, que teve o aval do ex-treinador escocês Alex Ferguson, com quem cresceu de 2003 a 2009.
“Não me arrependo, porque foi uma opção 100% consciente, mas foi mais emocional do que racional. Foi bom, pois estava contente quando me deixaram estar contente. Tento dar conselhos e experiência para o Manchester United estar bem, mas não pretendo ser mais do que ninguém. Acho que posso ajudar muito a instituição, mas é duro quando te cortam as pernas, não te deixam brilhar ou não ouvem os teus conselhos”, considerou.
Acusando a administração liderada pela família Glazer de “não se importar com a faceta desportiva”, ao ponto de estar a fazer do Manchester United “um clube de marketing”, o avançado admitiu que o seu ex-técnico “sabe melhor do que ninguém” o que se passa.
“Quem não vê isso é cego. O Manchester United é dos adeptos e eles têm de saber que as infraestruturas não são boas e têm de mudar. Se não mudarem, o clube não vai estar onde estava na ‘era’ Alex Ferguson e [o antigo diretor-executivo] David Gill. Espero fazer parte disso, caso contem comigo para o clube ser bem-sucedido. Se não, a vida continua e seguirei a minha jornada a fazer fãs adeptos, a marcar golos e a fazer dribles”, notou.
CR7 vê “coisas que fazem com que o Manchester United não chegue ao topo”, no qual estão emblemas como o rival citadino Manchester City, o Liverpool ou até o Arsenal, que chegou à paragem da Liga inglesa para o Mundial2022 na liderança, com 37 pontos, 11 acima dos red devils, que ocupam o quinto lugar, fora do acesso à Liga dos Campeões.
“Gostaria que o Manchester United conquistasse a Premier League. Se não for assim, o Arsenal é uma equipa que gosto de ver jogar. Gosto da equipa e gosto do seu treinador [Mikel Arteta]. Acho que têm uma boa equipa. Se o United não vencer o campeonato, ficaria feliz se fosse o Arsenal”, frisou, na conversa com o jornalista inglês Piers Morgan.
O madeirense, de 37 anos, disse ainda ter recusado no verão uma proposta de duas épocas e 350 milhões de euros por um emblema da Arábia Saudita, que não identificou, face ao turbilhão noticioso gerado pela sua eventual saída de Manchester no mercado.
“[A imprensa] até me ofereceu ao Sporting e ao Nápoles. Sendo honesto, não tive muitos clubes, mas recebi muitas ofertas de outros clubes. Estava feliz e motivado aqui, mas a imprensa pressionava a dizer que ninguém me queria. Como é que isso é possível com alguém que na última época marcou quase 30 golos?”, terminou Cristiano Ronaldo.
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