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O presidente da Câmara do Porto afirmou esta terça-feira ser preciso “prudência” relativamente às demoras nos aeroportos, que considerou fruto do “desinvestimento” durante a pandemia, e defendeu que o aeroporto do Porto “não pode ser um refúgio” do de Lisboa.
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Em declarações aos jornalistas, o presidente da câmara, Rui Moreira, salientou que as infraestruturas aeroportuárias “ainda não recuperaram plenamente daquilo que foi o desinvestimento na pandemia da covid-19”.
“Temos de ter prudência de perceber que não somos só nós”, afirmou o independente, defendendo, contudo, a necessidade de o ministério da Administração Interna (MAI) “revisitar” o tema do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
“Não podemos ter um corpo policial que, por várias razões, está a provocar um enorme dano na economia do país. Isso é uma coisa que a todos nos deve preocupar”, destacou o autarca.
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Questionado sobre a possibilidade de alguns voos serem desviados para o aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, Rui Moreira disse não se pronunciar sobre decisões que considerou “operacionais”, mas lembrou que o aeroporto do Porto “não pode ser um refúgio”.
“Quando as coisas não funcionam em Lisboa nós acolhemos no Porto? Peço desculpa, a minha visão para cidade, região e aeroporto são visões estratégicas de longo prazo. Durante a pandemia andámos a valer uns aos outros, agora de facto temos um fator de competitividade e não quero o aeroporto do Porto como aeroporto refúgio, para isso há outros, como o de Beja, é lá perto”, salientou.
Já o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, disse hoje que o aeroporto de Lisboa poderá ter de recusar voos no próximo ano, com a recuperação do turismo, apelando a um consenso alargado sobre a construção do novo aeroporto.
“Este ano, recusar voos ainda não. No próximo ano muito provavelmente atingiremos, esperamos nós, o melhor ano de sempre, que foi antes da pandemia, e aí começaremos novamente a ter problemas de recusa de voos”, disse Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas à margem da colocação da primeira pedra de construção de 70 fogos para realojamento e quatro espaços comerciais no Bairro Padre Cruz, ao lado do presidente da câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.
Pedro Nuno Santos, que indicou que “nos próximos dias” o Governo dará “mais informação sobre o aeroporto”, admitiu que as perturbações esperadas para o próximo ano serão agravados, uma vez que já se sentem desde maio “de circulação, de fluidez e tempos de espera.
“Temos um problema que é estrutural, com um aeroporto que está esgotado e que precisa de uma resposta”, defendeu mais uma vez, considerando ser necessário que o país seja capaz de conseguir um consenso alargado para a sua concretização, de forma a assegurar que cada vez que muda um governo ou um ministro “não andamos para trás”.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) esclareceu esta segunda-feira que no domingo ocorreu no aeroporto de Lisboa um pico de passageiros nas chegadas, provenientes de cerca de 3.000 voos, o que provocou “demoras acentuadas no controlo de fronteira”.
A inspetora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) Ana Vieira também frisou que as longas filas de espera no aeroporto de Lisboa refletem o aumento exponencial do turismo e uma infraestrutura desadequada para o número de passageiros.
“Muito honestamente, não estávamos preparados para este aumento exponencial de turismo e de passageiros, e a própria infraestrutura, como o senhor ministro da Administração Interna já disse, também não está adequada a esta realidade”, disse a inspetora Ana Vieira em declarações aos jornalistas no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, na sequência de várias notícias que dão conta de longas filas e de horas de espera para os passageiros que chegam a Lisboa.
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