O hacker Rui Pinto e Isabel dos Santos trocaram acusações mútuas na rede social Twitter, depois do pirata informático que esteve na origem do caso Luanda Leaks ter sugerido que a investidora angolana é dona de uma herdade em Portugal.
No tweet publicado no sábado, o hacker questiona: “Será a família dos Santos a real proprietária de uma das maiores propriedades muradas da Europa? Juntamente com cerca de uma dezena de outras propriedades na zona do Oeste?”
Rui Pinto estará a referir-se à Herdade da Torre Bela, situada na Azambuja, Ribatejo.
Será a família dos Santos a real proprietária de uma das maiores propriedades muradas da Europa?
Juntamente com cerca de uma dezena de outras propriedades na zona do Oeste? pic.twitter.com/RYnZ07z22e— Rui Pinto (@RuiPinto_FL) August 15, 2020
Nos comentários ao tweet de Rui Pinto, Isabel dos Santos responde: “Engraçado Rui Pinto estar a fazer estas perguntas. Pensei que fosse um hacker com 715 mil documentos. Pelos vistos é um mero curioso que vive de fofoca. E é verdade que lhe vão pagar salário como funcionário público e dar casa?
Engraçado Rui Pinto estar a fazer estas perguntas. Pensei que fosse um hacker com 715 mil documentos. Pelos vistos é um mero curioso que vive de fofoca. E é verdade que lhe vão pagar salário como funcionário público e dar casa?
— Isabel Dos Santos (@isabelaangola) August 16, 2020
Na semana passada, a Polícia Judiciária (PJ) emitiu um comunicado na sequência de notícias de que o pirata informático tinha sido libertado mas iria ficar a colaborar com as autoridades, recebendo um salário e vivendo numa casa com proteção para testemunhas.
“Não corresponde à verdade que Rui Pinto tenha sido contratado pela Polícia Judiciária, pelo que a PJ não paga, a Rui Pinto, qualquer vencimento”, esclareceu a PJ.
Lembrou, citando a Lei de Proteção de Testemunhas, Lei 93/99, de 14 de julho e diplomas regulamentares subsequentes, que considera-se “testemunha qualquer pessoa que, independentemente do seu estatuto face à lei processual, disponha de informação ou de conhecimentos necessários à revelação, perceção ou apreciação de factos que constituam objeto do processo, de cuja utilização resulte um perigo para si ou para outrem”.
“Está assim o arguido Rui Pinto enquadrado nesta disposição legal, sendo que todas as despesas com a sua proteção, estão ao abrigo do programa de proteção de testemunhas”, concluiu.
Além de ser o autor da divulgação de milhares de documentos no caso Luanda Leaks, Rui Pinto está também por detrás de outros casos, como o Football Leaks, relacionado com alegada corrupção no futebol.
Deixe um comentário