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“A despesa pública em Portugal representa valores muito próximos dos 50% do Produto Interno Bruto [PIB], este ano não sei, nem orçamento há, mas ela deve andar neste momento aí à volta dos 48% do Produto Interno Bruto. Isto significa muito Estado na vida das pessoas e muito Estado na economia”, criticou.
O líder do PSD defendeu ainda que deveria ser feito um “esforço” para reduzir a despesa pública no futuro, ao falar durante o 3.º Congresso da Coesão Territorial, iniciativa da JSD, no Centro de Artes e Espetáculos de Portalegre, onde também está prevista a presença do seu adversário na disputa pela presidência do partido, Paulo Rangel.
“Nós deveríamos fazer um esforço de redução da despesa pública, ao mesmo tempo de redução ou de eliminação do défice público que é o que nos permite depois reduzir também a divida pública que neste momento anda na ordem dos 130, 120 e muitos por cento do produto”, disse.
“Quando os critérios de entrada no euro, lá atrás, que nós tivemos de cumprir e que diziam que a nossa dívida pública não podia exceder 60% do Produto Interno Bruto, já vai em perto de 130% e é o segundo pior de toda a Europa, só para termos uma noção da gravidade que estamos a falar”, lamentou.
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O líder do PSD defendeu ainda a transferência de competências para as autarquias e para as regiões, num sistema enquadrado com uma lei de finanças locais e regionais.
“Se nós dermos as competências às autarquias, se nós dermos as competências às regiões, se enquadrarmos com uma lei de finanças regionais e de finanças locais muito rígida em relação ao que concerne ao endividamento, nós deixamos menos dinheiro disponível para quem não sabe gerir que é administração central”, disse.
“Este era um passo, se fossemos capazes de dar, um passo absolutamente vital para termos um país mais equilibrado”, sublinhou.
Na sua intervenção em Portalegre, Rui Rio afirmou ainda que as assimetrias regionais são “talvez o maior falhanço” do regime após o 25 de Abril.
“É talvez o maior falhanço do regime do 25 de Abril até hoje, é talvez isto, as assimetrias regionais, estamos muito mais assimétricos do que estávamos há 50 anos atrás”, disse.
Além da reforma do Estado, Rui Rio abordou a temática da regionalização, considerando que poderia ser “um abanão forte” na credibilidade do próprio regime.
“Podia ser (regionalização), será, desde que se consiga construir um modelo coerente, respeitador de uma série de coisas”, disse.
Em relação à regionalização, o líder do PSD afirmou ainda que “gostava” que Portugal construísse um modelo para que possa, depois, ser “capaz” de votar a favor.
“Não voto a favor da regionalização só porque é a regionalização, porque considero que pode haver modelos errados que ainda são piores para Portugal do que aquilo que já hoje temos”, disse.
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