O PSD acredita que já há matéria suficiente para que o Ministério Público investigue o contrato de venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star.
“Tudo isto que temos visto e ouvido é já suficiente para que o Ministério Público se possa debruçar sobre a forma como este contrato de venda do Novo banco à Lone Star tem vindo a ser executado”, sugeriu o presidente social-democrata, Rui Rio.
“No Novo Banco, não se entende como o Governo entrega recorrentemente milhões de euros dos nossos impostos, sem cuidar de analisar ao pormenor a justeza desses pagamentos e a razoabilidade das perdas invocadas”, começou por apontar o líder do maior partido da oposição.
“O Novo Banco deve ter sido o único proprietário em Portugal que, nos anos imediatamente anteriores à pandemia, vendeu imóveis a perder dinheiro”, frisou Rui Rio, acrescentando que “mais estranho se torna, quando, pelas últimas notícias que ouvimos parece ter vendido a fundos de investimento com ligação recente ao presidente do seu próprio Conselho Geral e de Supervisão”. “Também não se entende, por que razão o Novo Banco agrupa em lotes gigantescos os imóveis que pretende alienar, restringindo a procura e reforçando, assim, o peso negocial dos potenciais compradores”, concluindo que há matéria para que a justiça investigue a execução do contrato sobre a venda de imóveis.
O “monstro” da TAP
Para o líder do PSD, o Novo Banco e a TAP são “dois monstros de proporções gigantescas em face da debilidade das nossas finanças públicas e da conjuntura económica e social que atravessamos”, apontou.
“Se olharmos para a forma como o Estado entrou na TAP, tudo nos faz temer o pior”, antecipa o líder do PSD, indicando que a “TAP é uma empresa falida, por permanente acumulação de prejuízos”.
E sobre a injeção até 1,2 mil milhões de euros, Rui Rio disse que se trata de “uma verba que serve, entre outros fins, para pagar o lay-off principesco que a TAP, apesar de não ter dinheiro, resolveu pagar aos seus colaboradores, a exemplo dos prémios salariais que gosta de distribuir em anos de prejuízo”, acrescentando que “é também para isso que vai agora o dinheiro dos impostos dos portugueses”.
A Comissão Europeia deu “luz verde” ao empréstimo do Estado até 1,2 mil milhões de euros, dependente de uma reestruturação da companhia que pode passar por redução da frota e das rotas e despedimento de pessoal.
Notícia atualizada às 12h20
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