//Saíram 632 trabalhadores da banca em um ano

Saíram 632 trabalhadores da banca em um ano

Os bancos, depois de um pico de mais de 4000 despedimentos em 2017, tem vindo a abrandar o ritmo dos cortes de pessoal. Mesmo assim, no último ano, os programas de reestruturação levaram à saída de 632 trabalhadores.

Dos quatros maiores bancos que já divulgaram as contas do primeiro semestre – BCP, Caixa Geral de Depósitos (CGD), BPI e Santander – só o BCP registou entradas líquidas de funcionários. O Santander e a CGD foram responsáveis pela maior parte das rescisões. O banco estatal eliminou 400 postos de trabalho, em termos líquidos, entre junho de 2018 e o final do primeiro semestre deste ano. Nos primeiros seis meses de 2019, a Caixa reduziu em 172 o seu número de trabalhadores. O banco precisa de cortar 570 postos de trabalho em 2019, seguindo o seu Plano Estratégico acordado com Bruxelas no âmbito da operação de recapitalização. Quanto ao Santander, que engoliu o Banif e o Banco Popular, registava no final de junho último menos 332 trabalhadores face a igual mês do ano passado.

O corte do pessoal reflete o emagrecimento da rede de agências. Ao todo, fecharam 173 balcões um pouco por todo o País, das quais 119 do Santander e 41 do BCP.

Lucros engordam
A dieta de custos com pessoal e balcões permitiu ao bancos melhorarem as contas. CGD, BCP e Santander, no conjunto, lucraram mais no primeiro semestre deste ano do que no mesmo período de 2018. Só o BPI registou uma quebra devido à falta de ganhos extraordinários com a venda de participações, justificou.

A rentabilidade do setor está, no entanto, ameaçada pelas taxas de juro negativas, que já tiveram impacto nas contas dos bancos este ano. Só o Santander estima que o impacto anual nas receitas pode chegar aos 100 milhões de euros.

Na conferência de apresentação dos resultados do banco, que teve lugar ontem, Pedro Castro e Almeida afirmou que a expectativa anterior era de que no final deste ano as taxas de juro fossem de zero. Nesse cenário, a previsão era de que “iam aumentar os resultados por ano entre a 100 a 150 milhões de euros só por esse efeito”, o que já não se vai verificar. “Por cada 10 pontos base que a Euribor está negativa ao que era anteriormente, há um impacto de 25 a 30 milhões de euros para um banco desta dimensão”, afirmou o banqueiro.

Menos malparado
Só a CGD e o BCP reduziram as suas carteiras de crédito malparado em quase 3500 milhões de euros no último ano. O Santander vendeu 200 milhões de euros de malparado este ano. O BPI prevê vender em 2019 malparado no valor de 200 milhões de euros. A CGD vai vender 800 milhões de euros de malparado até setembro.

Ficam a faltar as contas do Novo Banco e do Montepio, ainda sem data.

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