Se as previsões para a inflação se confirmarem, o aumento do salário mínimo não deverá ser suficiente para compensar os aumentos de preços verificados este ano.
O Jornal Público escreve esta terça-feira que os trabalhadores a receber o salário mínimo (705 euros brutos) vão perder poder de compra em 2022, o que não se verificava desde 2013.
Apesar de a remuneração mínima ter aumentando 6%, confirmando-se as previsões de inflação do Governo (7,4%) e do CFP (7,7%), tal vai significar uma perda entre 1,4% e 1,7%.
Esta perda não deverá ser compensada com os aumentos do próximo ano, cuja previsão é de 6,4% (para 750 euros).
Interrompe-se, assim, a tendência de crescimento que se tem registado nos últimos anos. Desde 2013 o salário mínimo subiu, em média, 4,8%, representando ganhos de poder de compra acima dos 3%.
Com a guerra sem fim à vista, a inflação a bater recordes e a ameaça de uma nova crise, também a evolução do salário médio prometida pelo Governo deve ficar condicionada.
Matérias que estarão em análise e debate na reunião da Comissão Permanente de Concertação Social marcada para esta quarta-feira, onde o Governo se comprometeu a apresentar a sua proposta para um acordo de rendimentos e competitividade.
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