A Santa Casa está a perder dinheiro da receita dos jogos sociais, se a comparação for feita com o período pré-pandemia. Nos primeiros seis meses do ano, aquele organismo transferiu 105,6 milhões de euros para o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, menos 1,5 milhões de euros do que no ano passado, mas a redução chega aos 8,4 milhões de euros se compararmos com o primeiro semestre de 2019, último ano sem covid-19.
O Jornal de Notícias que publica neste sábado os dados, realça ainda que com base no montante injetado na Segurança Social oriundo de jogos como as raspadinhas, é possível estimar uma quebra de receitas líquidas dos jogos esteja a rondar os 33 milhões de euros.
O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social é o maior beneficiário das transferências dos jogos sociais da Santa Casa, seguindo-se a própria Santa Casa. O Ministério da Saúde e o Ministério da Educação são também organismos que recebem parcelas relevantes dos montantes faturados com os jogos de sorte e azar.
Recorde-se, no entanto, que os relatórios de contas de 2021 e 2022 estão ainda por aprovar pelo ministério de Ana Mendes Godinho, que pediu que os mesmos fossem reavaliados.
Esta semana, através de carta, a provedora Ana Jorge já avisou várias federações desportivas para a necessidade de rever o plano de patrocínios, a menos de um ano dos Jogos Olímpicos Paris 2024, de acordo com informação avançada pela agência Lusa.
A justificação para este corte prende-se com “a conjuntura económico-social que se vive” que conferiu “novas exigências sociais e financeiras à SCML no que diz respeito ao apoio das populações mais vulneráveis”.
A SCML avisou várias federações desportivas da necessidade de rever o plano de patrocínios, a menos de um ano dos Jogos Olímpicos Paris 2024.
As federações desportivas foram avisadas através de cartas assinadas pela provedora Ana Jorge, que assumiu funções na SCML em 2 de maio último.
A tendência de quebra das receitas da SCML começou com a pandemia, devido às restrições de circulação. Jogos com a raspadinha vivem muito da ida das pessoas aos postos de venda. O aumento dos pedidos de apoios sociais são outra das razões para o desiquilibrio nas contas da instituição.
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