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Santander acorda rescisão com mais de 400 trabalhadores. 230 podem ser despedidos

O Santander
Totta disse esta terça-feira que acordou a saída com mais de 400 trabalhadores
e que o processo ainda não está fechado, ou seja, os 230 funcionários com os
quais não chegou a acordo poderão ser abrangidos por despedimento.

Em 20 de agosto, em nota interna a que a Lusa teve acesso, o
Santander disse que não chegou a acordo para a saída de 350 trabalhadores, de
um total de 685 inicialmente previstos, anunciando que ia avançar com um “processo unilateral e formal” a partir de setembro. Ou seja, tendo
chegado a acordo com 335 empregados para saírem, os restantes 350 poderiam ser
abrangidos pelo despedimento coletivo.

Esta terça-feira, fonte oficial do Santander Totta disse à Lusa
que tem havido alterações e que, de momento, são 455 os trabalhadores com que o
banco chegou a acordo para saírem por rescisão por mútuo acordo ou reformas
antecipadas (a grande maioria) ou retirou da lista de funcionários a dispensar
por razões de vulnerabilidade e outras razões.

“Das 685 pessoas que foram identificadas para saída, temos
230 apenas com as quais não foi possível chegar a acordo. Foram retiradas do
grupo 455″, afirmou fonte oficial do Santander Totta.

A mesma fonte indicou que o processo continua e que “todas
as semanas dezenas de novos acordos” são feitos, pelo que não é certo
quantos trabalhadores serão abrangidos por despedimento coletivo.

“O desejo do banco continua a ser idêntico, é chegar a
acordo com maior número possível de colaboradores de momento. A rescisão
unilateral é sempre a última opção”, disse fonte oficial.

Quanto ao BCP, anunciou há duas semanas que vai avançar para o
despedimento de até 100 trabalhadores, depois de ter chegado a acordo com cerca
de 800 funcionários para saídas por acordo (reformas antecipadas e rescisões
por mútuo acordo).

A Lusa questionou esta terça-feira o BCP sobre eventuais
mudanças, mas não há informação nova, pelo menos para já.

Os sete sindicatos do setor bancário ameaçaram esta terça-feira
com uma greve conjunta ainda este mês de setembro se BCP e Santander Totta
mantiverem a intenção de fazer despedimentos.

Os sindicatos estiveram reunidos esta terça-feira e, segundo comunicado divulgado, decidiram
pedir com “caráter de urgência” reunião com as administrações do BCP
e do Santander Totta para “exigir o fim imediato de qualquer intenção de
despedimento coletivo ou de figuras análogas”.

Se os bancos não recuarem nos despedimentos, “irão declarar
uma greve conjunta, a realizar ainda no corrente mês de setembro”.

Os sindicatos têm acusado os bancos de repressão laboral e de
chantagem para com os trabalhadores, considerando que os estão a forçar a
aceitar sair por rescisão ou por reforma antecipada. Isto ao mesmo tempo que os
bancos têm elevados lucros, acrescentam.

Os sindicatos também se têm reunido com o poder político, com o
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, grupos parlamentares e
governantes, para pedir a sua intervenção contra os despedimentos. Para já,
contudo, se houve alguma intervenção junto dos bancos não foi pública.

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