Os lucros do Santander em Portugal continuam a subir, em linha com os resultados históricos alcançados no último ano. Entre janeiro e março, o resultado líquido chegou a 294,4 milhões de euros, ou seja, mais 58,4% do que em igual período do ano passado.
Em comunicado, o banco acrescenta ainda que a margem financeira, a diferença entre os juros pagos nos depósitos e os juros cobrados nos créditos, aumentou 64,6% neste periodo, para 440 milhões de euros. Um resultado explicado “na quase totalidade” pela “evolução das taxas de juro de mercado”.
A nota do Santandet Totta explica ainda que as contas do primeiro trimestre já refletem “por um lado, os efeitos da subida da remuneração da base de depósitos, e, por outro, a inversão da curva de rendimentos associada às expetativas de que o BCE possa iniciar um novo ciclo monetário nos próximos trimestres”.
O banco garante ainda que “apesar da rápida e pronunciada subida das taxas de juro, nos anos de 2022 e 2023, a qualidade da carteira de crédito não foi afetada, beneficiando em grande medida do baixo desemprego, assim como da atuação proativa por parte dos próprios clientes na gestão dos seus créditos”. A exposição ao crédito malparado está em 1,8%,o que representa uma descida de 0,3 pontos percentuais, face a março de 2023.
Segundo o presidente, Pedro Castro e Almeida, no primeiro trimestre o banco manteve “uma qualidade sólida” da carteira de crédito e “uma adequada geração de capital”.
O crédito subiu 9,6%, em comparação homóloga, para 46,6 mil milhões de euros. O Santander Totta diz que está “a adaptar a sua oferta às novas necessidades dos clientes num contexto de taxas de juro mais elevadas, o que permitiu, por um lado, captar novos clientes de crédito e, por outro, reduzir o ritmo de amortizações antecipadas que caracterizou parte da dinâmica em 2023”.
No entanto, este aumento do crédito não é transversal, na habitação caiu 1,5% no primeiro trimestre, o banco concedeu 22,3 mil milhões de euros para compra de casa. O crédito ao consumo caiu 0,4%, para 1,8 mil milhões de euros.
Já o crédito para empresas e institucionais subiu mais de 25%, para 22,2 mil milhões de euros, justificado com uma “estratégia de apoio aos projetos dos clientes”, “soluções de liquidez e de gestão de tesouraria e apoio ao negócio internacional” e “apoio à transição energética das empresas nacionais”.
Os depósitos caíram 4,7%, para 35,5 mil milhões de euros, o que “reflete o processo de ajustamento das famílias e empresas à subida das taxas de juro, no primeiro semestre de 2023, com um maior volume de amortização parcial antecipada de créditos”, refere o comunicado.
Pedro Castro e Almeida, presidente do Santander, sublinha ainda que vivemos “num contexto de incerteza constante e mudança acelerada”. “A nossa estratégia permanece clara e firme: continuar a investir na inovação, na tecnologia, na simplificação e no talento. São estes pilares que nos permitem fazer a diferença na vida dos nossos clientes”, acrescenta.
O grupo Santander apresentou também esta terça-feira lucros de 2,8 mil milhões no primeiro trimestre de 2024.
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