O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, quer que os ingleses visitem Portugal mas sem passarem pela região de Lisboa. O número 3 do Governo já está a estudar alternativas à decisão do Governo britânico, que manteve a quarentena obrigatória aos turistas que regressem de Portugal depois de passarem férias.
“Se a preocupação é [o surto de] Lisboa, vamos trabalhar com os britânicos para mostrar que o Algarve não representa qualquer descontrolo”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros em entrevista ao Jornal da Tarde da RTP1. Além disso, Santos Silva garante que vai manter trabalho diplomático “intenso” para reverter a “decisão absurda” do Governo de Boris Johnson.
Este sábado, o Embaixador do Reino Unido em Portugal, Chris Sainty, justificou, através da rede social Twitter, que a manutenção da quarentena obrigatória para os britânicos que regressem de solo português deve-se ao surto na região da Grande Lisboa, e que levou à imposição do dever cívico de recolhimento em 19 freguesias dos concelhos de Sintra, Odivelas, Amadora, Loures e Lisboa.
But the decisions are designed to protect our population from future infection. Unfortunately the current prevalence of the virus in mainland 🇵🇹 meant it was simply not possible to put 🇵🇹 in a low risk category. 🇬🇧 is far from the only country to reach this conclusion. (5 of 7)
— Chris Sainty (@ChrisSaintyFCO) July 4, 2020
Para Portugal Continental, além da imposição de quarentena de 14 dias no regresso ao Reino Unido, não são recomendadas as viagens não essenciais. Para as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, deixam de ser desaconselhadas as viagens, o que é importante para efeitos de cobertura de seguro.
Esta exclusão de Portugal Continental é um rude golpe para o setor turístico português, nomeadamente para regiões como o Algarve, fortemente dependente dos visitantes britânicos. Em 2019, o sul do país acolheu mais de cinco milhões de hóspedes, o que representou quase 21 milhões de dormidas.
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