O presidente da CIP confirma que António Costa lhe telefonou pedindo desculpas pelo facto de os patrões não terem sido previamente informados em sede de concertação social da intenção do Governo de aprovar o aumento do valor das horas extraordinárias a partir das 120 horas anuais e a subida do valor das compensações por cessação dos contratos a termo para 24 dias de trabalho por ano.
Ambas as medidas foram aprovadas esta quinta-feira em Conselho de Ministros e apresentadas em conferência de imprensa pela ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho.
“Obviamente, um pedido de desculpas reconhece o erro e é elegante”, mas “há todo o aspeto político da questão”, refere António Saraiva, em entrevista esta sexta-feira à noite na TVI.
“O pedido de desculpas, obviamente, refletirei sobre o mesmo”, acrescenta o porta-voz dos patrões na concertação social que, por outro lado, recusa a ideia de abandono do diálogo tripartido.
“Não abandonamos a concertação, suspendemos, para já, essa participação” e “estamos nessa procura de estabilidade social e política, mas, para essa estabilidade, não vale tudo e não vale, sobretudo, a desonestidade negocial, independentemente das desculpas eticamente corretas que me foram apresentadas”, sublinha António Saraiva.
Questionado sobre as declarações do secretário-geral da UGT que acusou os patrões de terem feito “birra” ao anunciarem a suspensão da participação no diálogo social, o líder da CIP considerou “surpreendente” a posição de Carlos Silva.
“Provavelmente o dia não lhe terá corrido bem e toldou-lhe um pouco o raciocínio”, rematou.
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