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A transportadora aérea SATA teve, em 2021, um resultado antes de juros e impostos positivo e um resultado líquido negativo de -57,4 milhões de euros, uma melhoria de mais de 30 milhões face a 2020, foi anunciado esta terça-feira.
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Em comunicado, a companhia revela que o “resultado líquido consolidado melhorou em mais de 30 milhões de euros” no ano passado, comparativamente a 2020 (quando o prejuízo se fixou em 88 milhões), continuando, contudo, em “terreno negativo” no valor de -57,4 milhões de euros.
“Apesar da melhoria substancial, os resultados líquidos continuam em terreno negativo, pressionados também pelos juros da dívida histórica e a dívida contraída durante o combate à pandemia [de covid-19], que ascenderam, em 2021, a 29,7 milhões de euros”, indica a transportadora.
Segundo a empresa, o resultado líquido “reflete ainda cerca de 5,5 milhões de euros de diferenças de câmbio líquidas”, consequências da “utilização da norma contabilística IFRS-16” e da “apreciação do dólar face ao euro”.
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A companhia destaca que fechou 2021 com um EBITDA (resultados operacionais antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 5,7 milhões de euros, sendo a “primeira vez nos últimos cinco anos” que aquele resultado é positivo.
O EBITDA positivo foi conseguido apesar de um “clima de instabilidade permanente da procura” e de um “ambiente de mobilidade particularmente adverso”.
A transportadora adianta que registou em 2021 uma “receita total consolidada de 186,2 milhões de euros”, o que representa um “crescimento de 57,2% em relação ao ano anterior”.
“Este é um crescimento entusiasmante, quando comparado com o setor da aviação na globalidade e em face das circunstâncias ainda bastante adversas”, lê-se na nota de imprensa.
Comparativamente a 2019, a companhia informa que a “quebra na receita registada no grupo SATA situou-se em cerca de 47 milhões de euros”.
Os resultados dizem respeito ao grupo SATA constituído pela SATA Air Açores (responsável pelas ligações entre ilhas), pela Azores Airlines (que liga os Açores ao exterior) e pela SATA Gestão de Aeródromos.
A SATA Air Açores, por si só, “apresentou um crescimento de lugares utilizados de 75% em relação ao ano anterior, ficando apenas cerca de 17% abaixo de 2019”.
“Este comportamento resultou num crescimento de receitas correntes de 18,8%, beneficiando de uma maior resiliência do tráfego doméstico, potenciado pela introdução, em junho, da Tarifa Açores [que permite viagens inter-ilhas até 60 euros para os residentes]”, considera a transportadora.
A Azores Airlines também “apresentou um forte crescimento de receitas correntes de 78,2%, resultado de um crescimento de tráfego de 113%, mais do dobro do ano anterior”, é acrescentado.
Além disso, lê-se ainda na nota, o “crescimento significativo” da receita na Azores Airlines deveu-se a uma “transformação comercial estruturante”, da “alavancagem do destino Açores” e de “melhores capacidades técnicas de gestão de receita”.
Citado no comunicado, o presidente do Grupo SATA, Luís Rodrigues, considera 2021 como um “ano turbulento e animador”, encarando 2022 com “otimismo moderado”, uma vez que o número de passageiros e a receita “continuam a registar um forte crescimento”.
“A Azores Airlines registou no dia dos Açores, 06 de junho, um valor de receita vendida acumulada no ano, igual a todo o ano de 2021. Em consequência, o valor de receita em 2022 deverá ultrapassar o valor de 2019, bem antes das estimativas da indústria”, lê-se ainda na nota da SATA.
A Comissão Europeia aprovou, em 07 de junho, uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea açoriana SATA, de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais.
As dificuldades financeiras da SATA perduram desde pelo menos 2014, altura em que a companhia aérea detida na totalidade pelo Governo Regional dos Açores começou a registar prejuízos, agravados pelos efeitos da pandemia de covid-19, que teve um enorme impacto no setor da aviação.
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