A introdução de um imposto sobre os 0,5% dos mais ricos de Portugal valeria 3.589 milhões ao Estado, quase metade do custo do futuro aeroporto de Lisboa.
Esta é uma das conclusões de um estudo publicado nas últimas horas pela organização não-governamental Tax Justice Network, grupo que que defende um imposto mínimo global sobre aqueles que mais têm. O relatório surge depois de o G20 ter sido desafiado a discutir a subida de impostos sobre os mais ricos.
O estudo internacional pega no caso espanhol, que desde 2022 aplica um imposto temporário de “solidariedade” e que incide sobre o património líquido dos cidadãos com mais de três milhões de euros.
Ao fazer as contas para 172 países, o estudo chega à conclusão de que em Portugal o encaixe adicional era de mais 3.589 de euros, por ano. Um valor a acrescentar aos 17 mil milhões de euros de receita fiscal que Portugal teve no último ano.
Seria mais 6,6% de receita fiscal para os cofres do estado à custa de 42 mil contribuintes mais ricos do país.
Os dois autores do estudo, pagos por uma empresa inglesa, não apontam o destino a dar ao dinheiro, mas admitem que as contas resultam em números gigantes.
No total, os orçamentos nacionais dos 172 países analisados ganhariam mais 7,2% da receita, ou seja, um número astronómico de mil e 900 biliões de euros.
Apenas 3% da riqueza está nas mãos 50% da população, ao passo que os 0,5% dos mais ricos do mundo controlam quase 30% da riqueza mundial.
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