Há novas modalidades de seguros de vida, associados ao crédito à habitação, que cobrem apenas 50% do capital em dívida quando o empréstimo é pedido por duas pessoas. O seguro é mais barato, mas nem sempre o consumidor é alertado para o que está a contratar e, muitas vezes, este só se apercebe mais tarde, em caso de morte, acidente ou doença de um dos titulares, que metade do capital em dívida fica pago, mas a outra metade não está coberta pela apólice.
A notícia é avançada na edição de domingo do jornal Público, que dá conta que a oferta desta variante está a aumentar, sendo disponibilizada por várias seguradoras e apresentada por alguns bancos, como Bankinter. Segundo os dados recolhidos pelo ComparaJá.pt, plataforma especializada na comparação de produtos de crédito, dos cerca de dez mil utilizadores registados no primeiro trimestre do ano, só um em cada três teve o cuidado de subscrever o seguro com cobertura mais abrangente. A falta de informação é uma das razões, mas o preço também influi.
“Para além da diferença entre as coberturas dentro da mesma entidade, os dados do site ComparaJá.pt mostram que os custos dos seguros contratados diretamente nas seguradoras podem ser significativamente mais baratos do que os contratados junto do banco”, refere o jornal. A Associação de Defesa do Consumidor, que conhece de perto a realidade de muitos consumidores apanhados de surpresa quando pretendem executar os seguros de vida associados a empréstimos, sejam eles para habitação ou de crédito ao consumo, defende que a contratação deste tipo de produtos deveria ser feita, exclusivamente, por mediadores de seguros, que têm a formação adequada, e não por qualquer funcionário ao balcão de um banco ou de uma loja. “Se forem mais bem esclarecidos, os consumidores podem acautelar melhor o futuro”, refere, em declaração ao Público, a diretora do Gabinete de Apoio Financeiro da Deco, Natália Nunes.
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