Fazer uma dieta à base de plantas é mais caro do que comer carne e peixe? A resposta não é consensual, mesmo entre investigadores.
Um estudo da Deco Proteste, divulgado na última semana, considera que o regime alimentar vegano, seguido por, pelo menos, 12% dos portugueses, é “o mais dispendioso, exigindo mais de sete mil euros por ano”. Motivo: “O grupo das alternativas aos lácteos”, que é muito mais caro do que os similares de origem animal.
A Associação Vegetariana Portuguesa (AVP) contesta esta análise da Deco Proteste e garante, até, que o regime vegetariano é mais barato.
“Ao contrário do que transmite a Deco Proteste, os consumidores ‘vegan’ [veganos, em português] são os que menos gastam com a alimentação em Portugal”, lê-se num comunicado da APV.
Esta associação avança que mais de 60% dos consumidores veganos dizem gastar menos de 60 euros por semana com a alimentação (cerca de 240 euros num mês), número que só é apontado por 32% dos inquiridos que consomem carne, peixe, ovos e outros ingredientes de origem animal.
Estes valores provêm de um estudo, realizado por três investigadores da Universidade da Beira Interior, que se baseou em 1.040 inquéritos sobre os “hábitos alimentares do agregado familiar”, sem especificar por quantas pessoas é composto.
Segundo o estudo da Deco, um “menu semanal planeado para uma família de quatro pessoas” com uma dieta vegana é de 142 euros.
Isto significa um aumento de 137% para o cabaz vegano referido pela AVP.
Afinal, quem tem razão? Qual é o menu mais pesado no orçamento das famílias? Tudo depende dos produtos escolhidos.
A Renascença contactou a nutricionista Ana Isabel Monteiro, autora da página “Laranja Lima” e do livro “Vegetariano nas Quatro Estações”, para planear dois cabazes semanais – um baseado no regime alimentar vegano, outro no omnívoro -, para um agregado de quatro pessoas, com uma média de 2.200 calorias por dia, por pessoa.
O plano é concebido para ser um plano ideal alimentar diário,
em termos nutricionais e calóricos. No entanto, esta é apenas uma possibilidade
de um leque de produtos para uma dieta semanal, em ambos os regimes.
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