As ondas de calor e o verão seco vão afetar a produção de Azeite este ano. À Renascença, o presidente do centro de estudo e de promoção de Azeite do Alentejo diz que há produtores que já falam em quebras de mais de metade.
“De alguns contactos que tenho feito há olivais que preveem quebras de 50% e de 70%. Mas isto é indicativo. Também há olivais novos que vão ter mais que no ano passado, mas os mais antigos vão ter uma quebra”, diz Gonçalo Morais Tristão
A ajudar à queda na produção, para além do clima, está o facto de no ano passado ter sido um ano de recordes. “As condições climatéricas, o ano de seca é prejudicial à cultura da azeitona e do azeite, e por outro lado o que ajuda aperceber que vamos ter uma quebra na produção é que no ano passado batemos recordes. Na nossa cultura há um ciclo de safra e contrassafra. E podemos dizer que este ano será de contrassafra, portanto, haverá com certeza uma quebra na produção de azeite”, alerta.
Apesar da seca, o presidente do centro de estudo e promoção do Azeite do Alentejo diz que não tem havido falta de água para regar os olivais. Gonçalo Morais Tristão admite que com a redução da produção possa haver um aumento do preço do azeite.
“Acredito que não haja grandes descidas no preço dos azeites. Se houver menos produção a tendência no mercado é que possa haver um pequeno aumento. Mas a produção que conta para a fixação dos preços mundiais é a da Espanha, que produz metade do azeite a nível mundial.”
Mas como em Espanha “também estão com problemas graves em termos de seca, imagino que também tenham quebras. Se houver muitas quebras, com menos oferta e a mesma procura pode haver aumento de preço”, admite.
Indica ainda que tem havido um aumento na procura pelo azeite ainda assim, apesar das quebras na produção o fornecimento de azeite vai estar garantido.
“É verdade que em alguns países como por exemplo nos Estados Unidos tem havido um aumento considerável no consumo, mas também tem havido aumento de produção nos países como Portugal e Marrocos e, portanto, não vai haver falta de azeite no mercado”, conclui.
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